As parisienses já podem ficar mais tranquilas. Depois de 200 anos, foi liberado oficialmente o uso de calças por mulheres em Paris. Isso mesmo: até a semana passada, um anacronismo jurídico proibia — pelo menos no papel — que pessoas do sexo feminino usassem a peça na capital francesa.
A lei, que dizia que "as mulheres transvestidas como homens poderiam ser repreendidas por policiais a não ser que tivessem autorização especial" para tanto, era um resquício da Revolução Francesa. Segundo o jornal "Le Figaro", a ordem fora publicada no 16 Brumário IX (7 de novembro de 1800), em uma época em que o uso da calça, popularizado pelo grupo político dos Sans-Culottes, poderia ser visto como subversivo. Conseguir a tal autorização não era fácil: só com um atestado médico, que deveria ser aprovado pelo chefe de polícia ou pelo prefeito
Ignorada há muito tempo, como dá para se perceber, a imposição foi finalmente abolida por pedido dos verdes e dos comunistas, que lembraram que a restrição fashion foi capaz de atravessar os anos: até 2005, a saia era item obrigatório no uniforme das aeromoças da Air France. Já em 1972, a atual ministra do Interior, Michèle Alliot-Marie, foi impedida de entrar na Câmara dos Deputados trajando um par de calças. Na época, Michèle deu uma resposta que faria Maria Antonieta corar: "se é minha calça que incomoda, posso tirá-la o mais rápido possível".
Outra francesa adepta do visual mais masculino, hostilizado pela antiga lei, é uma das mulheres mais poderosas do mundo: a presidente do FMI, Christine Lagarde, que aparece na foto acima durante reunião em Paris.
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