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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Brasil, o que você quer ser quando crescer?

A maioria esmagadora das pessoas acredita na diferença entre o certo e o errado. Essa separação de conceitos nos coloca no patamar de civilização, enquanto conhecedores das leis, dos costumes, do comportamento. Ficamos desta forma então, dentro de um sistema que é absolutamente meritório, de conclusão de tarefas e a justa recompensa por elas. De forma até inconsciente ficamos presos aos hábitos que nos permitem o bom convívio social, independentemente de sexo, cor, condição social e gênero.

Isso até aparecer à banda dos "politicamente corretos" que estabelecem novos conceitos, aceitáveis apenas dentro de sua medíocre forma de ver o mundo. Um criminoso não é responsável pelo que faz. A culpa é da sociedade. A partir daí, se estabelecem os absurdos sociais, jurídicos e midiáticos que assistimos todos os dias. Nada mais salutar para uma sociedade do que proteger os "perseguidos sociais" e todos dizem amém para essa diarreia mental e verbal.

Frouxidão legal, amparo total aos detentos e desamparo total às suas vítimas. Nunca vi ente governamental ou não governamental criar grupos de apoio às vítimas e seus familiares, salvo raríssimos casos de mulheres vítimas de violência, mesmo por que, isso dá IBOPE.

A soma de todos esses fatores já tem dado demonstrações de seu desacerto. Bandidos confessando crimes violentos, de morte inclusive, se manifestando de forma jocosa e dizendo que a culpa é da vítima. E sequer ficam presos! Transeuntes, nas grandes cidades, "levando bala" de assaltantes e morrendo de forma mais abjeta.

Existe um capítulo especial nesta história, que virou bandeira de uma meia dúzia de vagabundos e tornou inviável a reeducação do menor delinquente: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O que deveria ser um ordenamento de proteção de crianças contra a violência generalizada, acabou se transformando em um escudo protetor para qualquer ato criminoso de menores de forma generalizada. Com isso, qualquer menor pode tranquilamente roubar, traficar, violentar e tirar a vida de outra pessoa e continuar sua miserável existência sem ser importunado por ninguém.

Somos todos reféns da imbecilidade daqueles que ajudamos a chegar ao poder. Essa nossa cumplicidade fica clara quando 37 milhões de brasileiros se abstém de votar em segundo turno para o cargo mais importante de nosso País: Presidente da República. Somos cúmplices e totalmente alienados. Depois, não adianta reclamar, pois, como o previsto, os demagogos, hipócritas, corruptos, ladrões, trapaceiros e toda sorte da escória de nosso País se elegeu pela nossa omissão. Cúmplices por omissão! Cúmplices por que muitas vezes aplaudimos um modelo de governo e de ideologia por puro fanatismo, coisa que, desde nossa juventude já deveria ter sido expurgado de nossa forma de ver o mundo.

Desmonte familiar, sucateamento escolar, desmazelo estrutural! Estamos assistindo a isso tudo e ainda aplaudimos!

"Assim morre a democracia! Sob estrondosos aplausos da população ignorante!"

Preocupa-me que as pessoas esquecem o que aconteceu no século XX por causa da ideologia comunista/socialista e da fascista, que se cruzam em diversos pontos: o culto à personalidade, o ataque à imprensa, a demonização de toda e qualquer oposição política às ideias do partido dominante.  E as características acima se aplicam ao PT no Brasil.  Temo pelo futuro do país! Não há liberdade e nem saída para nós brasileiros. Assim como está não pode ficar! Temos eleições o ano que vem.

 

quarta-feira, 27 de julho de 2011


Demita-se o inimigo na trincheira.

Não há outra medida a não ser a demissão de Nelson Jobim, ministro da Defesa, do PMDB, que declarou ter votado em José Serra e não em Dilma. Se um deputado ou senador pode perder o mandato ao votar contra a orientação do seu partido, um ministro deve levar um pé nos fundilhos ao declarar que votou contra o chefe e contra o vice-chefe, que é do seu partido e que banca a sua indicação. É infidelidade partidária. A não ser que tudo isso faça parte da "concertação" que a Dilma está promovendo com o tucanato.

Vereadores não dão trégua: nova CPI e novo impeachment contra Rita Sanco

A Prefeita Rita Sanco, PT de Gravataí, terá que apresentar até segunda-feira a sua defesa prévia no processo de impeachment a que responde na Câmara de Vereadores.

. O PT conseguiu cancelar judicialmente o pedido anterio de impeachment, mas a maioria (10 dos 14 vereadores) resolveram protocolar nova ação.

- A Câmara também resolveu instalar uma CPI para investigar a possível compra de votos que a prefeita do PT teria promovido junto a bancada do PV, visando se livrar do impeachment. Nesta CPI, o relator é o vereador Dr. Levi Melo (PMDB), a presidente é a vereadora Anabel Lorenzi (PSB) e o terceiro membro é o vereador Carlito Nicolait (PT).
A Operação Cartola pode ter desvendado um tremendo escândalo na mídia do RS
- O escândalo do News of the World, o jornal que  
acaba de fechar em Londres por usar delatores e arapongas para obter reportagens "investigativas", não é invenção do bilionário Rupert Murdoch.

Pivô do escândalo que resultou na Operação Cartola, o ex-CC da prefeitura de Alvorada, Marcos Roberto Caduride Almeida, reclamou ao editor do video que foi postado na Web sobre um incidente ocorrido com ele, quando trabalhava na Smic, e um comerciante.

. O editor possui o video, mas não postou nada. Marcos Caduri deve ter examinado tudo na Web e avisou que ali está apenas parte editada.

. Sobre as outras denúncias do editor, ele não disse nada. Elas vão aqui repetidas:

1) Polícia Civil, MPC, MPE e a mídia, protegem a identidade de Caduri de Almeida, mas o editor examinou todo o inquérito, pinçou o nome do denunciante (delator) e resolveu identificá-lo porque ele também foi peça chave como denunciante (delator) nas Operações Solidária, Legislatur e Daer, além da Operação Cartola. Não é coincidência que ele estivesse tão próximo de todas as malfeitorias, sempre em companhia da reportagem da RBS TV, a quem parece prestar serviços, e disponível para prontos testemunhos-chaves junto ao MPE e MPF.

- O editor possui abundantes provas de tudo que está postado acima. CLIQUE AQUI para ver as denúncias de Inajara Costa Garcia (Operação Legislatur) e CLIQUE AQUI para examinar trecho do inquérito da Operação Solidária. Também CLIQUE AQUI para examinar trecho do depoimento do denunciante na Operação Cartola (arquivo PDF).

2) A que título e de que forma foi remunerado Marcos Caduri, que viajou para São Carlos e junto com a reportagem da RBS TV flagrou incidentes no âmbito da Operação Legislatur (Marcos Caduri e a RBS TV foram denunciados esta semana no Ministério Público Estadual pela ex-servidora Inajara Costa Garcia, por assédio social sofrido em São Carlos) e de novo com a RBS TV participou das reportagens investigativas que antecederam os escândalos verificados na Operação Arapongagem e Operação Solidária. Todas essas colaborações também integraram depoimentos dele que deram início ou encorparam ações do Ministério Público de Contas, MPE ou MPF.

CLIQUE na imagem para verificar foto de Marcos Caduri em São Carlos. Nela também aparece a ex-servidora Inajara Costa e o cinegrafista da RBS TV. Todos foram protagonistas de reportagens investigativas da RBS e também da Operação Legislatur.

NOTA DO EDITOR - Todos os documentos utilizados pelo editor, além de arquivos relevantes, estão arquivados em back up no data center do Google, nos Estados Unidos. 

Tribunal de Contas aprova por uanimidade e sem ressalvas as contas de 2010 do governo Yeda Crusius

O Tribunal de Contas do Estado do RS acaba de aprovar por unanimidade e sem ressalvar as contas de 2010 do governo da tucana Yeda Crusius. O Ministério Público de Contas chegou a considerar ressalvas tópicas relacionadas com limites constitucionais de aplicações em ítens como saúde e educação, jamais cumpridos por qualquer governo, mas os conselheiros desconsideraram as restrições.

. Eis o que Yeda Crusius acaba de postar no seu Facebook:

Compartilho com os amigos: aprovadas agora por unanimidade SEM RESSALVAS pelo Tribunal de Contas do Estado as contas de 2010 do meu governo, o q respeitou e deu eficiência ao dinheiro público, investindo e pagando as contas, as atrasadas incluso. Analisarei o parecer na internet p compartilhar com vcs o libelo à transparência.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Nazizmo Tupiniquim/Cucaracha

CHÁVEZ CRIA MILÍCIAS INFANTIS NA VENEZUELA E OBRIGA TREINAMENTO MILITAR PARA ESTUDANTES

Nazismo cucaracha: acima cadetes ajoelham-se ante Chávez; abaixo crianças são treinadas a manejar armas pesadas
O ditador Hugo Chávez está obrigando a todas as crianças e jovens venezuelanos  a serem treinados como soldados para defender a sua 'revolução'. Para legalizar seus plano de militarização da sociedade civil, a ditadura chavista tem lançado medidas controvertidas: a reforma da Lei da Força Armada Nacional Bolivariana de 21 de março e a obrigação de cursos militares, ministrados pela milícia, no sistema educativo nacional desde o ensino fundamental até a universidade, segundo resolução do Ministério de Defesa publicado no Diário Oficial de 24 de março.
A reforma do ordenamento militar é a quarta que Chávez realiza nos últimos cinco anos. Em seu artigo 66 permite aos milicianos e voluntários portar armas, ter designação hierárquica sem estudos da Força Armada Nacional (FAN) e dirigir tropas.
A coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) rechaça a reforma, posto que considera que liquida as Forças Armadas como instituição e afirma que "a milícia é um corpo armado paralelo à FAN." Para o Senador Pablo Medina, "Chávez usará as milícias para reprimir as revoltas populares porque sabe que vai perder as eleições de 2012."
Leonardo Carvajal, diretor da ONG Assembléia da Educação, comparou a medida chavista com o fascismo: "O ministro da Defesda não pode impor que a educação para a defesa integrar serja o eixo integrador do sistema educativo venezuelano. Essa visão é própria dos regimes militares. Nossa educação deve estar centrada nos valores da solidariedade, da paz e da busca da harmonia, nunca nos valores da violência e da guerra." Carvajal acrescentou que a Venezuela atual "não aceita que militaristas retrógados a igualem com valores que teve Esparta na antiguidade e a Alemanha nazista no século passado." Leia MAIS - En español


Ministros Paulo Bernardo e Gleise Hofmann entram na alça de mira de Pagot

Na denúncia que faz a seguir, o jornalista Carlos Wilson avisa que os destinos dos ministros Paulo Bernardo e Gleise Hofmann estão nas mãos de Luiz Pagot, que nesta segunda-feira demitiu-se do cargo de diretor Geral do Dnit, depois de ter seu nome jogado na lama pelo governo do PT, ao qual serviu nos últimos anos de Lula e nos primeiros meses de Dilma Rousseff.

. A denúncia é de que os dois ministros, que são do Paraná, atuaram junto ao Dnit para a construção do anel viário de Maringá.

. A lobista de tudo foi Teresinha Nerone, contratada desde 2008 pela prefeitura de Maringá. A obra é investigada pelo TCU e aponta sobrepreço de R$ 10,5 milhões.

. A advogada é amiga do casal de ministros. No seu Twitter, já postou mensagens do gênero "Fomos à praia juntos e tomamos vinho". Confrontado pelos jornalistas, Paulo Bernardo respondeu: "Isso não é da sua conta". O casal nega malfeitorias em Maringá.

. Luiz Antonio Pagot afirmou que poderá falar sobre o assunto, mas insistiu que cumpria ordens de Paulo Bernardo.

- O ministro das Comunicações responde a denúncias de corrupção desfechadas pelo senador Roberto Requião, a quem processa.

CLIQUE AQUI para ler mais.

Por essa, e por outras, o Sul é o meu País

GOVERNADORES NORDESTINOS DO PT FAZEM LOBBY PARA MAMAR DINHEIRO PÚBLICO COM NOVA CPMF

Os governadores do Nordeste cobraram da presidente da República, Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (25) um debate mais efetivo sobre a criação de uma nova fonte de recursos para a saúde. Em viagem a Alagoas, Dilma assinou nesta segunda um "pacto" com os governos da região para retirar da pobreza mais de 9,6 milhões de brasileiros.
"Me coloco à disposição como primeiro da fila para buscar novas formas de financiamento da saúde", afirmou o governador da Bahia, Jacques Wagner, sem esclarecer se sua disposição estaria relacionada ao debate sobre a criação de uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
O imposto do cheque, como era conhecido, foi criado em 1993 e tinha arrecadação de cerca de R$ 40 bilhões destinada à saúde, mas foi extinto em dezembro de 2007 pelo Senado, sob o argumento de que teria sido desvirtuado pelo governo.

A discussão sobre a necessidade de uma nova fonte de recursos para custear a saúde começou em 2008 e está em andamento no Congresso, com o surgimento da proposta de criação da Contribuição Social da Saúde (CSS), imposto elaborado nos moldes da CPMF, inserido no texto da Emenda 29, em tramite na Câmara. O presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), já disse, porém, que a criação da CSS não será aprovada pelos deputados. Leia MAIS

Lula, doutor honoris causa em mentiras.

Quando Lula falava, parecia que as universidades estavam vivendo um momento de ouro. Bastou ele sair para que as obras fossem mostradas como esqueletos incabados, o ministro da Ciência e Tecnologia quisesse importar cérebros, o ministro da Educação se queixasse do TCU e a presidente da República tivesse que fugir pela porta dos fundos, para não enfrentar protestos. Lula, doutor honoris causa em mentiras. Veja a notícia abaixo, da Folha Poder:

Servidores em greve da UFAL (Universidade Federal de Alagoas) fazem uma manifestação em frente à AABB (Associação Atlética do Banco do Brasil), em Arapiraca, onde, daqui a pouco, deverá ocorre uma solenidade com a presidente Dilma Rousseff. Cerca de 50 servidores da universidade protestam com carro de som, megafones e cornetas. Eles estão também com um boneco gigante representando a presidente, onde está escrito "Dil-má, mas que horror. Tem dinheiro 'pra' banqueiro, mas não tem 'pro' servidor". Dilma irá lançar no início da tarde o programa Água para Todos e o plano Brasil sem Miséria - Nordeste.

Por que o aloprado Mercadante quer hackers a serviço do PT?

O PT quer aprofundar o seu modelo aloprado de ser, que nas últimas eleições, em vez de cuecas e sacolas de dinheiro, usou militantes dentro de repartições públicas para quebrar sigilo fiscal e bancário de adversários. Não quer correr riscos de novamente ser descoberto. Por isso, nada melhor do que colocar "especialistas" a fazer este serviço sujo à distãncia, sendo pagos com recursos públicos: os Hackers da Estrela Vermelha. Mercadante é candidato à prefeitura de São Paulo. Mercadante quer contratar hackers. Mercadante foi o mentor dos aloprados, segundo depoimento do petista que operacionalizou o plano e que foi impedido pelo PT de depor no Congresso. Vejam que existe até mesmo um Movimento de Ativistas Virtuais do PT de São Paulo, organizando-se para atuar em rede. Leia aqui a matéria no site do PT. Que a oposição saiba ligar hacker com cracker, antes que seja tarde.

O crime como uma categoria política

Reinaldo Azevedo - 21/07/2011

Os petistas dizem se preocupar tanto com a desigualdade social não por humanismo ou por senso de justiça, mas porque ela oferece um excelente pretexto para o estado autoritário e confere certo sentido moral às ilegalidades praticadas para a construção da hegemonia partidária. As misérias humanas — e a conseqüente necessidade de criar o novo homem são o fundamento dos dois grandes totalitarismos do século passado: fascismo e comunismo. Ambos têm mais em comum do que gostam de admitir fascistas e comunistas.

Não existe regime de força que não tenha se instalado prometendo promover o bem comum. Aliás, as tiranias precisam esvaziar os indivíduos de todas as suas verdades e necessidades "egoístas" em nome da coletividade, que será representada por um partido ou por um condutor das massas em certos casos, por ambos.

Todos nos fartamos do discurso de Luiz Inácio Apedeuta da Silva, que se apresentou como o "pai" do povo, saindo, como anunciava a propaganda eleitoral petista, para deixar em seu lugar a "mãe de todos os brasileiros". Ditadores e candidatos a tiranos gostam da idéia de que são chefes de uma grande família, da qual esperam uma ativa e entusiasmada obediência. Afinal, "eles" sabem o que é melhor para "nós", mergulhados que estamos em nosso egoísmo, comprometidos com uma visão parcial de mundo, sem entender, muitas vezes, as decisões que são tomadas para nos salvar… Quem de nós nunca discordou, afinal, a seu tempo, de uma decisão do pai ou da mãe? Impossível, no entanto, supor que agissem para nos prejudicar. Tampouco imaginávamos tomar para nós o lugar da autoridade. Pais e filhos não são e nem devem ser uma comunidade democrática, certo?

O PT se consolidou com a fantasia de que um partido e, dentro desse partido, um homem, o pai seria o porta-voz dos excluídos, que, afinal, estariam reivindicando a sua cidadania. De modo emblemático, Lula passou várias antevésperas de Natal em companhia dos catadores de papelão, tornados "cidadãos-recicladores". Estava anunciando, diante de uma imprensa freqüentemente basbaque, que excluídos também são cidadãos, ainda que dentro de sua exclusão. Um líder e um partido, ungidos pela necessidade de "mudar o Brasil", podem atropelar leis, moralidade, costumes, valores, tudo… Estão imbuídos de uma missão.

Apurem bem os ouvidos. Ouve-se já certo sussurro. Talvez se torne um alarido. Mas o que é isso? O que será que será que andam suspirando pelas alcovas e sussurrando em versos e trovas? O que será, que será que andam combinando no breu das tocas, que andam acendendo velas nos becos e já estão falando alto pelos botecos? O que será, que será que não tem conserto nem nunca terá? O que não tem tamanho… Cito este plágio que Chico Buarque fez de Cecília Meireles (Romanceiro da Inconfidência) para emprestar, assim, certa grandeza poético-dramática a mais uma conspiração dos petistas contra a moralidade, o dinheiro público, a decência e tudo o mais que vocês julgarem adequado a homens de bem.

Lula já fez saber ao mercado político que ele não concorda com a "execução sumária" dos patriotas do PR. E fez chegar a sua avaliação na forma de uma "preocupação". Estaria temendo o isolamento de Dilma Rousseff. José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, afirmou ontem que vai avaliar se há motivos suficientes para a Polícia Federal abrir um inquérito para apurar as sem-vergonhices no Ministério dos Transportes. Já foram demitidas 16 pessoas da cúpula da pasta e do Dnit, mas ele está cheio de dúvidas. Tarso Genro (PT), atual governador do Rio Grande do Sul e chefe da Polícia Federal (era ministro da Justiça) quando se deu boa parte da bandalheira, saiu ontem em defesa de seu amigo Hideraldo Caron, um dos chefões do Dnit, mantido até agora no cargo. Ele é petista. Tarso deixou claro: se o homem fez algo de errado, não foi em benefício pessoal.

É a primeira vez que se ouve voz assim no PT? Claro que não! Nem é necessário remontar ao mensalão. Durante a crise que colheu Antonio Palocci, Gleisi Hoffmann, hoje sua sucessora, mas senadora à época (PT-PR), deixou claro que não conseguia defender o então ministro por uma razão simples: ele tinha agido apenas em defesa do próprio interesse. Ou seja: no caso do mensalão ou dos aloprados, crimes foram cometidos em benefício do… partido! Nesse caso, tudo bem…

Setores do PT estão pedindo, em suma, que tudo fique como está. Seu esforço em favor da impunidade, no entanto, teria, sim, uma raiz ética, entendem? Insistir na investigação pode prejudicar o partido, a convivência com os aliados, a agenda que o governo tem pela frente, incluindo, obviamente, os pacotes sociais destinados a combater a miséria. Tarso chegou a indagar por que essas notícias só apareceram agora… Conhecedor da arte de desestabilizar governos (como experimentou Yeda Crusius), ele conspira em favor da impunidade ao sugerir que há uma conspiração contra os patriotas do Ministério dos Transportes…

Foi-se o tempo "esse-dinheiro-não-é-meu", de Paulo Maluf! Mesmo para ele, o errado era "errado" e, por isso, negava tudo. Não há nada a favor desse emblemático político a não ser uma coisinha: nunca tentou chamar crimes de virtudes— negando, claro!, que os tivesse cometido. Com o petismo, é diferente: o roubo e a lambança em nome da causa têm um propósito superior. Fazer sacanagem para enriquecer é reprovável; para construir o partido, bem, aí é não só aceitável como pode distinguir o militante com uma medalha de "Honra ao Mérito".

À medida que a lei é afrontada com tal vigor e que o malfeito vira um instrumento corriqueiro da ação política, os brasileiros têm expropriada a sua cidadania. Se para eles, todo excluído é cidadão, que mal há em considerar todo cidadão um excluído?

domingo, 24 de julho de 2011


A UNE NÃO É MAIS AQUELA.

Nos últimos dias de seu governo, o presidente Lula autorizou o pagamento de R$ 44,6 milhões para a União Nacional dos Estudantes, sendo que R$ 30 milhões já foram depositados em dezembro passado e o restante foi incluído no orçamento deste ano. A fortuna seria uma reparação por danos causados à entidade pelo regime militar. A Lei da Anistia só permite reparações de caráter pessoal a familiares e vítimas da repressão, mas Lula deu um jeito de aprovar no Congresso uma lei que possibilitasse a doação. A quantia será utilizada para a nova sede da entidade, um prédio de 13 andares no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.

Dias atrás, a UNE realizou um congresso em Goiânia, que contou com patrocínio da Petrobras e de cinco ministérios, entre eles os da Educação e Saúde. A conclusão é óbvia: a entidade estudantil foi cooptada pelo lulismo, como ocorreu com tantos outros movimentos sociais que viraram chapa-branca e ajudaram a minguar a oposição e o espírito crítico no Brasil. Essa anestesia geral talvez esteja entre as piores heranças deixadas pelo ex-presidente no campo político.

Não é de se estranhar que, diante de tantos agrados oficiais, a UNE, outrora tão combativa, tenha se omitido, por exemplo, diante de erros cometidos no Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, utilizado nos vestibulares para o ensino superior. Também não há protestos contra alianças fisiológicas com partidos "de direita" ou contra os inúmeros escândalos de corrupção.

A UNE teve atuação histórica contra a ditadura militar de 64, combateu o Estado Novo nos anos 30 e defendeu o apoio aos aliados contra o nazismo, na Segunda Guerra. Essa UNE, infelizmente, não é mais a mesma. O que vemos agora é uma agremiação seduzida pelo poder, que parece ter perdido a representatividade e a rebeldia própria da juventude.


Eu digo que...
"Essa é uma afirmação muito equivocada. A UNE sempre contou com apoio público para realizar suas atividades", Augusto Chagas, presidente da UNE


"Não vejo quais são as bandeiras, não vejo mais passeatas, acho que há um certo marasmo no movimento, Fernando Gusmão, ex-presidente da UNE


Fonte: A Gazeta
 

QUARENTA E CINCO ANOS DO ATENTADO DOS GUARARAPES.

Em 1966, dois anos depois da Revolução Democrática de 31 de Março, a Nação brasileira empenhava-se em reerguer o País, após o caos dos primeiros anos da década de 60.

Entretanto, uma pequena minoria inconformada, constituída pelos comunistas e pelos corruptos que haviam sido alijados da vida política nacional, procurava reorganizar-se e, de qualquer maneira, expressar seu descontentamento.

Recife, a capital pernambucana, foi a escolhida para ser o cenário inicial de uma nova forma de luta - o terrorismo - que, por muitos anos, viria a ensangüentar e a enlutar a sociedade brasileira.

O 31 de Março de 1966 amanhecia com sol. O povo pernambucano e as autoridades já estavam reunidos no Parque 13 de Maio, aguardando o início das comemorações do segundo ano da Revolução.

Nesse momento, exatamente às 0847h, ocorria violenta explosão no 6º andar do edifício dos Correios e Telégrafos, onde funcionavam os escritórios regionais do SNI e da Agência Nacional.

Ao mesmo tempo, uma segunda explosão atingia a residência do Comandante do IV Exército.

Mais tarde, seria encontrada uma terceira bomba, falhada, num vaso de flores da Câmara Municipal de Recife, onde havia sido realizada uma sessão solene em comemoração à Revolução Democrática.

Três bombas montadas para, num só momento, atingir personalidades e entidades representativas do governo brasileiro. Iniciava-se a guerra suja.

Entretanto, a bomba falhada no legislativo municipal deveria estar incomodando os terroristas e estar sendo vista como um parcial fracasso de execução.

Assim é que, em 20 de Maio de 1966, 50 dias após esse ensaio geral, foram lançadas outras três bombas - dois "coquetéis molotov" e um petardo de dinamite, contra os portões da Assembléia Legislativa de Pernambuco.

A Nação, estarrecida, vislumbrava tempos difíceis que estavam por vir.
Em 25 de Julho de 1966, uma nova (terceira) série de três bombas, com as mesmas características das anteriores, sacode Recife. Uma, na sede da União de Estudantes de Pernambuco, ferindo, com escoriações e queimaduras no rosto e nas mãos, o senhor José Leite, de 72 anos, vítima inocente que passava pelo local. Outra, nos escritórios do Serviço de Informações dos Estados Unidos (USIS), causando, apenas, danos materiais. A terceira bomba, entretanto, acarretando vítimas fatais, passou a ser o marco balizador do início da luta terrorista no Brasil.

Nessa manhã de 25 de julho de 1966, o Marechal Costa e Silva, então candidato à Presidência da República, era esperado por cerca de 300 pessoas que lotavam o Aeroporto Internacional dos Guararapes.

Às 0830h, poucos minutos antes da previsão de chegada do Marechal, o serviço de som anunciou que, em virtude de pane no avião, ele estava deslocando-se por via terrestre de João Pessoa até Recife e iria, diretamente, para o prédio da SUDENE.

Esse comunicado provocou o início da retirada do público.

O guarda-civil Sebastião Tomaz de Aquino, o "Paraíba", outrora popular jogador de futebol do Santa Cruz, percebeu uma maleta escura abandonada junto à livraria "SODILER", localizada no saguão do aeroporto. Julgando que alguém a havia esquecido, pegou-a para entregá-la no balcão do DAC.

Ocorreu uma forte explosão.

O som ampliado pelo recinto, a fumaça, os estragos produzidos e os gemidos dos feridos provocaram o pânico e a correria do público. Passados os primeiros momentos de pavor, o ato terrorista mostrou um trágico saldo de 17 vítimas.

Morreram o jornalista e secretário do governo de Pernambuco Edson Regis de Carvalho, casado e pai de cinco filhos, com um rombo no abdômen, e o vice-almirante reformado Nelson Gomes Fernandes, com o crânio esfacelado, deixando viúva e dois filhos menores.

O guarda-civil "Paraíba" feriu-se no rosto e nas pernas, o que resultou, alguns meses mais tarde, na amputação de sua perna direita.
então Tenente-Coronel do Exército, Sylvio Ferreira da Silva, sofreu fratura exposta do ombro esquerdo e amputação traumática de quatro dedos da mão esquerda.

Ficaram, ainda, feridos os advogados Haroldo Collares da Cunha Barreto e Antonio Pedro Morais da Cunha, os funcionários públicos Fernando Ferreira Raposo e Ivancir de Castro, os estudantes José Oliveira Silvestre, Amaro Duarte Dias e Laerte Lafaiete, a professora Anita Ferreira de Carvalho, a comerciária Idalina Maia, o guarda-civil José Severino Pessoa Barreto, o Deputado Federal Luiz de Magalhães Melo e Eunice Gomes de Barros e seu filho, Roberto Gomes de Barros, de apenas seis anos de idade.

O acaso, transferindo o local de chegada do futuro Presidente, impediu que a tragédia fosse maior.

O terrorismo indiscriminado, atingindo pessoas inocentes e, até, mulheres e crianças, mostrou a frieza e o fanatismo de seus executores. Naquela época, no Recife, apenas uma organização subversiva, o Partido Comunista Revolucionário (PCR), defendia a luta armada como forma de tomada do poder. Dois comunistas foram acusados de envolvimento no ato terrorista: um, Edinaldo Miranda de Oliveira, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e que, em 1986, era professor de Engenharia Elétrica em Recife, e o outro era Ricardo Zaratini Filho, então militante do PCR e atual assessor parlamentar da liderança do PDT na Câmara Federal.

Entretanto, nunca foi possível determinar, exatamente, os autores dos atentados. Não havia, ainda, no País, órgãos de segurança especializados no combate ao terror.
Em 18 Mai 99, em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo, o Comandante do Exército, Gen Ex Gleuber Vieira, declarou a respeito da reabertura do caso Riocentro: "Nós nunca pensamos em pedir reabertura de inquérito envolvendo personalidades da vida nacional de hoje que, no passado, estiveram envolvidos em assalto a bancos, seqüestros, assassinatos e em atos de terrorismo. Nós não cogitamos pedir a reabertura do inquérito nem mesmo quando uma dessas personalidades declarou que sabia quem tinha posto uma bomba no aeroporto do Recife."

Um ano depois do atentado, em 25 Jul 67, foi inaugurada no Aeroporto uma placa de bronze com os seguintes dizeres:

"HOMENAGEM DA CIDADE DO RECIFE AOS QUE TOMBARAM NESTE AEROPORTO DOS GUARARAPES, NO DIA 25 DE JULHO DE 1966, VITIMADOS PELA INSENSATEZ DOS SEUS SEMELHANTES.
- ALMIRANTE NELSON FERNANDES
- JORNALISTA EDSON REGIS
GLORIFICADOS PELO SACRIFÍCIO, SEUS NOMES SERÃO SEMPRE LEMBRADOS RECORDANDO AOS PÓSTEROS O VIOLENTO E TRÁGICO ATENTADO TERRORISTA, PRATICADO À SORRELFA PELOS INIMIGOS DA PÁTRIA."

Não sabemos se essa placa ainda permanece no aeroporto ou foi retirada ou, mesmo, substituída por homenagens aos comunistas.

Hoje, os terroristas daquela época, arvorando-se em "heróis" libertários, afirmam que o que fizeram foi uma reação à "violência" do Governo brasileiro. Intencionalmente, procuram deturpar a História e levar ao esquecimento as vítimas que causaram em sua sanha fratricida, dentre elas, as de 1966.

Passaram-se muitos anos.

Mas as bombas de Recife e o atentado de Guararapes não serão esquecidos.

Constitucionalista não aceita que o Supremo extrapole de seus limites

Ives Gandra da Silva Martins


Escrevo este artigo com profundo desconforto, levando-se em consideração a admiração que tenho pelos ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro, alguns com sólida obra doutrinária e renome internacional. Sinto-me, todavia, na obrigação, como velho advogado, de manifestar meu desencanto com a sua crescente atuação como legisladores e constituintes, e não como julgadores.

À luz da denominada "interpretação conforme", estão conformando a Constituição Federal à sua imagem e semelhança, e não àquela que o povo desenhou por meio de seus representantes.

Participei, a convite dos constituintes, de audiências públicas e mantive permanentes contatos com muitos deles, inclusive com o relator, senador Bernardo Cabral, e com o presidente, deputado Ulysses Guimarães.

Lembro-me que a ideia inicial, alterada na undécima hora, era a de adoção do regime parlamentar. Por tal razão, apesar de o decreto-lei ser execrado pela Constituinte, a medida provisória, copiada do regime parlamentar italiano, foi adotada.

Por outro lado, a fim de não permitir que o Judiciário se transformasse em legislador positivo, foi determinado que, na ação de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, parágrafo 2º), uma vez declarada a omissão do Congresso, o STF comunicasse ao Parlamento o descumprimento de sua função constitucional, sem, entretanto, fixar prazo para produzir a norma e sem sanção se não a produzisse.

Negou-se, assim, ao Poder Judiciário, a competência para legislar.

Nesse aspecto, para fortalecer mais o Legislativo, deu-lhe o constituinte o poder de sustar qualquer decisão do Judiciário ou do Executivo que ferisse sua competência.

No que diz respeito à família, capaz de gerar prole, discutiu-se se seria ou não necessário incluir o seu conceito no texto supremo -entidade constituída pela união de um homem e de uma mulher e seus descendentes (art. 226, parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º)-, e os próprios constituintes, nos debates, inclusive o relator, entenderam que era relevante fazê-lo, para evitar qualquer outra interpretação, como a de que o conceito pudesse abranger a união homossexual.

Aos pares de mesmo sexo não se excluiu nenhum direito, mas, decididamente, sua união não era – para os constituintes – uma família.

Aliás, idêntica questão foi colocada à Corte Constitucional da França, em 27/1/2011, que houve por bem declarar que cabe ao Legislativo, se desejar mudar a legislação, fazê-lo, mas nunca ao Judiciário legislar sobre uniões homossexuais, pois a relação entre um homem e uma mulher, capaz de gerar filhos, é diferente daquela entre dois homens ou duas mulheres, incapaz de gerar descendentes, que compõem a entidade familiar.

Este ativismo judicial, que fez com que a Suprema Corte substituísse o Poder Legislativo, eleito por 130 milhões de brasileiros – e não por um homem só -, é que entendo estar ferindo o equilíbrio dos Poderes e tornando o Judiciário o mais relevante dos três, com força para legislar, substituindo o único Poder que reflete a vontade da totalidade da nação, pois nele situação e oposição estão representadas.

Sei que a crítica que ora faço poderá, inclusive, indispor-me com os magistrados que a compõem. Mas, há momentos em que, para um velho professor de 76 anos, estar de bem com as suas convicções, defender a democracia e o Estado de Direito, em todos os seus aspectos, é mais importante do que ser politicamente correto.

Sinto-me como o personagem de Eça, em "A Ilustre Casa de Ramires", quando perdeu as graças do monarca: "Prefiro estar bem com Deus e a minha consciência, embora mal com o rei e com o reino".

(Artigo publicado originalmente na Folha de S. Paulo)


sábado, 23 de julho de 2011


Depois de ser a Mãe do PAC e a Mão do Lula, Dilma vira a Tia da Faxina.

No dia em que Caron do DNI(P)T pediu demissão e que Pagot do PR avisou que também vai mandar a carta de renúncia, Dilma Rousseff chamou cinco jornalistas no Planalto, deu uma exclusiva para o Moreno de O Globo e partiu para faturar a "faxina" no Ministério dos Transportes. É a campanha para fazer o povo esquecer que Dilma foi a Mãe do PAC e a Mão do Lula no governo anterior. Por incrível que pareça, se alguém pode dizer que sabia de tudo é ela, a Dilma. Até mesmo Lula poderia dizer que não estava tão bem informado. Dilma não. Era a dona do pedaço. A gerentona. Dilma fazia relatórios completos em power point naquelas reuniões longas. Ali eram projetados no telão os valores planejados, licitados, empenhados, realizados e pagos. Ela sabia de tudo, mas estava muito ocupada em se eleger presidente. Agora quer fazer uma faxina. É a dona da vassoura. Combina. Ninguém melhor do que ela para saber onde está a sujeira grossa e a sujeira fina. Conhece cada cantinho. Não é à toa que ela diz que sairão todos do DNIT e da VALEC. Também poderia dizer o mesmo a respeito da ANP. Do Ministério dos Esportes. Da Petrobras. Haja vassoura. Haja faxineira. Dá-lhe, Dilma. Você conhece cada cantinho imundo deste governo. Como ninguém. Pena que deixou, durante cinco anos, acumular tanta imundície, não é mesmo?

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quinta-feira, 21 de julho de 2011


O governador do Rio Grande do Sul, o peremptório petista Tarso Genro (PT), defendeu nesta quarta-feira o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Hideraldo Caron. Filiado ao PT gaúcho, Caron o diretor é o único indicado pelo partido na cúpula do Ministério dos Transportes, comandado pelo PR há nove anos. Apesar da defesa, Tarso Genro disse que, se fosse Caron, "sairia de lá para ajudar" a presidente Dilma Rousseff a criar um novo ambiente na pasta. "Eu conheço ele há 30 anos e duvido que o Hideraldo tenha cometido alguma ilegalidade por motivos dolosos ou interesses próprios", disse o governador petista gaúcho. "Que tem problema o Ministério dos Transportes não é nenhuma novidade. Agora nós temos que observar o que é efetivamente corrupção, o que é denúncia de empreiteira que perdeu contrato e o que é denúncia política para fazer combate político ao governo", falou ele, naqueles seus raciocínios enviezados. Tarso Genro falou ainda que há o risco de o País cair em um "denuncismo generalizado" e que Dilma Rousseff agiu corretamente ao afastar quem estava sob suspeita. No Dnit, Caron é o responsável administrativo pelo aumento em valores de obras rodoviárias não concluídas. A escalada nos custos das obras contribuiu para a crise no ministério, que começou com reportagem da revista Veja há três semanas e levou à demissão do então ministro Alfredo Nascimento e mais 15 pessoas. Diz o jornalista Reinaldo Azevedo, sobre as declarações de Tarso Genro: "Sempre, leitor, mas sempre mesmo!, que você julgar que ainda não se atingiu o paroxismo do absurdo, que uma avaliação amoral ainda não ultrapassou o limite do asqueroso, do detestável, do nefando, então é o caso de saber o que pensa Tarso Genro, ex-ministro da Justiça e agora governador do Rio Grande do Sul. Se não se lembra, estou a falar da supernanny do homicida Cesare Battisti. Quem saiu hoje em defesa de Hilderado Caron, o petista do Dnit, tão responsável pela bandalheira que vigora naquele órgão como qualquer amigo de Valdemar Costa Neto? Tarso Genro, é claro! Caron é do PT do Rio Grande do Sul, amigo do governador.  E, curiosamente, ainda não foi demitido! Prestem atenção ao que vai em negrito. Se Caron cometeu alguma ilegalidade, foi por motivo apenas, digamos, culposo, sem intenção. Então, entende-se, o homem deve ser perdoado. Mas não só por isso: Tarso assegura que, se isso aconteceu, não foi "por interesse próprio". É o PT falando. O crime em nome do partido se justifica, como sabemos; o crime em nome da causa é aceitável; o crime em nome de um projeto de poder é, no fundo, um ato revolucionário. Tarso está dizendo, em suma, que um malfeitor do PT não deve ser misturado a malfeitores de outras legendas porque são pessoas de naturezas distintas. Um tem o direito natural de ser criminoso; os outros não. Notem que sobra censura até para a presidente Dilma Rousseff. Tarso desconfia das denúncias; ignora que a própria presidente chamou Alfredo Nascimento e a cúpula dos Transportes e lhes passou uma descompostura, inconformada com a estupidamente cara ineficiência da pasta. O ex-ministro da Justiça também atesta a sua competência, não é? Segundo diz, a Polícia Federal, subordinada ao ministério de que ele era o titular, não havia "detectado nada". Pois é… A própria Dilma "detectou", mas a Polícia Federal de Tarso não viu problema nenhum… Por que a polícia não agiu, nesse caso, com os mesmos métodos empregados contra o cleptogoverno de Arruda? Esbocei uma hipótese: aos amigos tudo, menos a lei; aos inimigos, nada, nem a lei. Tarso demonstra que o meu pior juízo a respeito do PT e dos petistas é mesmo o melhor. Ou o Brasil acaba com o PT, ou o PT acaba com o Brasil".


FALÊNCIA MORAL DA DEMOCRACIA BRASILEIRA.



A sociedade brasileira está em crise. Não sabemos, como povo organizado, qual é o nosso padrão de comportamento. Nas últimas décadas estivemos preocupados com outras coisas, que encheram a nossa agenda, ao ensejo da saída do último ciclo autoritário para a construção da Nova República. Não foi resolvida, no entanto, a questão da moral social, que daria embasamento às instituições. Acontece que sem equacionar essa questão tudo o mais fica no ar: Constituição, Códigos de Direito Civil e Penal, funcionamento adequado dos poderes públicos, pacto federativo, respeito às leis, organização e funcionamento dos partidos políticos, fundamento das práticas econômicas em rotinas de transparência que dariam ensejo ao que Alain Peyrefitte denominava "sociedade de confiança", governabilidade, etc.

Definamos o que se entende por moral: como frisa mestre Antônio Paim no seu Tratado de Ética, ela consiste num "conjunto de normas de conduta adotado como absolutamente válido por uma comunidade humana numa época determinada". A moral tem uma dupla dimensão, individual e social. A primeira se identifica com o que Immanuel Kant denominava "imperativo categórico da consciência". A segunda consiste na definição do mínimo comportamental que uma sociedade exige dos seus indivíduos para que se torne possível a vida em comunidade. A moral social pode ser de dois tipos:

Vertical, quando um grupo de indivíduos impõe ao restante o padrão de comportamento;

social, quando o padrão de comportamento é adotado por consenso da comunidade. A moral social consensual constitui, no mundo contemporâneo, o fundamento axiológico da vida democrática.

No plano da moral social, no entanto, herdamos modelos verticais que não se ajustam aos ideais democráticos. Os arquétipos de moral social sedimentados na História quadrissecular da Nação brasileira ressentem-se do vício do estatismo e da verticalidade que ele implica. É evidentemente vertical o modelo de moral social herdado da Contrarreforma; nele os indivíduos deveriam agir, em sociedade, seguindo à risca os ditames provenientes da Igreja mancomunada com o trono, no esquema de absolutismo católico ensejado pelos Áustrias na Península Ibérica, ao longo dos séculos 16 e 17. De outro lado, o modelo imposto pelo despotismo iluminista de Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, no século 18, não mudou radicalmente as coisas, pois pecava por manter a verticalidade da formulação do código de moral social, ao ensejo da "aritmética política" que passou a vigorar, ao redor dos seguintes princípios:

Compete ao Estado empresário, alicerçado na ciência aplicada, garantir a riqueza da Nação.

É da alçada do Estado fixar a normas que consolidam a moralidade pública e privada.

O cidadão, em razão de tais princípios, ficava desonerado das incumbências de produzir a riqueza e de se comprometer com a definição da moral social, que nas democracias modernas terminou sendo configurada de forma consensual pelas respectivas sociedades. Tudo se resolveria mediante a tutela do Estado modernizador sobre os cidadãos, considerados como simples peças da engrenagem a ser gerida pelo governo. O ciclo imperial, com a preocupação da elite em prol da constituição e do aperfeiçoamento da representação, mantendo a unidade nacional contra os separatismos caudilhescos, num contexto presidido pelos ideais liberais, foi abruptamente rompido pelo advento da República positivista. Frustraram-se assim, talvez de forma definitiva, a aparição e o amadurecimento de um modelo ético de moral social consensual.

Ora, a partir do arquétipo pombalino firmaram-se os modelos de moral social vertical que têm presidido a nossa caminhada ao longo dos dois últimos séculos, de mãos dadas com a cultura patrimonialista, que sempre entendeu o Estado como bem a ser privatizado por clãs e patotas, desde a República iluminista apregoada por frei Caneca, no início do século 19, à luz da denominada "geometria política", passando pela "ditadura científica" positivista, que se tornou forte ao ensejo do Castilhismo, no Rio Grande do Sul, nas três primeiras décadas do século passado, passando pelo modelo getuliano de "equacionamento técnico dos problemas" (elaborado pela segunda geração castilhista, com Getúlio Vargas e Lindolfo Collor como cérebros dessa empreitada, e cooptando, como estamento privilegiado, as Forças Armadas). A última etapa dessa caminhada estatizante foi o modelo tecnocrático efetivado pelo ciclo militar, à sombra da "engenharia" política do general Golbery do Couto e Silva.

Com o advento da Nova República tentou-se retomar a questão da representação política como meio para configurar, no País, a formulação de uma moral social consensual. No entanto, o fracasso da reforma política que levaria ao amadurecimento da representação terminou dando ensejo, no ciclo lulista e na atual quadra do pós-lulismo, à consolidação de modelo vertical de moral social formulado no contexto do que se denomina "ética totalitária", segundo a qual os fins justificam os meios. A cooptação de aliados pelo Executivo hipertrofiado, no seio de uma consciência despida de freios morais, terminou dando ensejo à atual quadra desconfortável de corrupção generalizada, que ameaça gravemente a estabilidade econômica, duramente conquistada nas gestões social-democratas de Fernando Henrique Cardoso.

O Brasil perde o seu rumo, num mundo agressivo e cada vez mais interdependente, assombrado pela ética totalitária petista, aliada, na síndrome lulista do "herói sem nenhum caráter", a desprezíveis formas de populismo irresponsável, que elevou como ideal o princípio macunaímico de levar vantagem em tudo, num sórdido cenário de desfaçatez e incultura. Tudo presidido pela maré estatizante que se apropria da riqueza da Nação para favorecer a nova casta sindical e burocrática que emerge ameaçadora, excludente e voraz.

Ricardo Vélez Rodriguez

Tribunal publica Acórdão irritado contra CCs ilegais do prefeito Ary Vannazi.



Os 22 desembargadores que fizeram publicar nesta quarta-feira Acórdão do Pleno do TJ sobre os embargos de declaração protocolado pelo prefeito Ary Bannazi, PT, São Leopoldo, usaram até de bom humor para repelir a nova tentativa de impedir o cumprimento de decisões judiciais anteriores, que mandaram demitir centenas de ocupantes de cargos em comissão.



"O Guiness ainda vai registrar esse recorde", acordaram os desembargadores de forma unânime, ao registrarem que o prefeito do PT editou 22 leis sobre o mesmo assunto, mesmo sabendo que a primeira delas já tinha sido fulminada por inconstitucionalidade.



A cada Ação Direta de Inconstitucionalidade vitoriosa, Ary Vannazi editava outra igual, esta também fulminada em juízo. Os desembargadores denunciaram que o prefeito viola acordos com o Ministério Público para sanear os vícios. Os promotores já propuseram ação de improbidade administrativa contra Vannazy.



A história contada pelo Pleno do Tribunal de Justiça é uma história de total desrespeito à Justiça e ao Ministério Público, conforme descreve o desembargador Genaro Borges no seu texto:



Assim, se todo o período de graça - longos cinco anos - não foi bastante para adequar a legislação, o que nunca foi o propósito do município, como revelam os fatos, não há mais que tolerar a postrua desafiadora, desconcertante e desrespeitosa (do prefeito).



De modo invulgar, o Pleno resolveu esclarecer a sentença objeto dos embargos e decidiu declarar a inconstitucionalidade da legislação municipal.


CLIQUE AQUI para ler o puxão de orelhas aplicado pelo Tribunal de Justiça ao prefeito Ary Vannazi. Ele agora terá que cumprir o que decidiram os juizes.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

PT ADMITE DESGASTES EM 2012 - EFEITO MENSALÃO

A estratégia é insistir até o fim na tese de que o mensalão nunca existiu, que foi uma farsa montada pela oposição e que tudo não passou de caixa dois. Mas o PT já admite que terá desgaste nas eleições municipais de 2012 com os efeitos do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), dos envolvidos no escândalo, que deverá ocorrer no primeiro semestre de 2012. Por isso, o partido já trabalha para tentar diminuir as sequelas e o desgaste eleitoral.

A ordem é tentar restringir o fato a um problema de caixa dois. A principal arma dos candidatos petistas que podem ter que dividir a campanha com o banco dos réus será usar a força eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compensar o prejuízo. Principalmente nas grandes cidades.

No final do ano passado, Lula prometeu ao deputado cassado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu que viajaria o país inteiro para desmontar "a farsa" do mensalão. Na sexta-feira, sem citar o mensalão, Lula disse que voltará "a andar pelo país".
Preocupação
Há preocupação especial na disputa de prefeituras como São Paulo. No Estado, está concentrado o maior número de mensaleiros: além de Dirceu, o ex-presidente da Câmara deputado João Paulo Cunha (PT-SP); o ex-líder do governo Professor Luizinho; o ex-presidente do PT José Genoino; e o secretário-geral do PR (ex-PL), deputado Valdemar Costa Neto.

"Esta é uma preocupação real. Dependendo do desfecho do julgamento, isso será usado na campanha eleitoral. E pode influenciar as eleições municipais. Temos que ter cuidado, pois a disputa do próximo ano será o primeiro passo das eleições de 2014", disse o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que presidiu a CPI dos Correios, em 2005.

Ainda não há consenso no PT sobre a unificação das estratégias para barrar os efeitos do mensalão nas campanhas do próximo ano. Há forte incômodo no partido com o cronograma do julgamento pelo STF. (Agência Globo)

Estratégia é lembrar outras crises
Para criar constrangimento para a oposição e tentar neutralizar o impacto negativo do mensalão petista, o PT também está disposto a resgatar escândalos envolvendo outros partidos, como o mensalão do DEM, que derrubou o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, e o chamado mensalão mineiro, que teve como alvo o governo do deputado tucano Eduardo Azeredo, em Minas.

"Se a oposição começar a associar nossos candidatos com o mensalão, também vamos recordar o mensalão do Arruda. Mas temos que enfrentar esse debate. Se o PT acha que tem que adiar esse julgamento para ganhar a eleição, já ficará prejudicado", pondera o senador Walter Pinheiro (PT-BA).
Fonte: A Gazeta


Corrupção rouba R$ 70 bilhões por ano no Brasil do PT.

Nos últimos anos, a economia brasileira avançou e virou referência para as nações ricas em crise, mas a chaga da corrupção ainda insiste em fazer sangrar parcela importante de tudo o que é pago pelo contribuinte. Dados da organização Transparência Internacional e projeções da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) revelam que, no cenário mais otimista, o Brasil responde por 26% de todo o dinheiro movimentado pela corrupção no mundo. Na pior hipótese, esse índice alcança 43%. Enquanto as perdas médias globais anuais com o problema giraram perto dos R$ 160 bilhões nos últimos seis anos, o prejuízo nacional pode ter chegado a R$ 70 bilhões por ano — ou 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) 

No dia a dia, não faltam episódios para engrossar as estatísticas que destroem a imagem brasileira mundo afora. O mais recente e, sem dúvida, o mais vultoso, envolve o Ministério dos Transportes. O escândalo que derrubou o ministro Alfredo Nascimento e vários assessores trouxe à tona, mais uma vez, prática antiga no mundo da corrupção: o superfaturamento. As suspeitas são de que, entre março de 2010 e junho de 2011, houve desvios de R$ 4,5 bilhões por meio de suspeitos aditivos em contratos referentes a 46 obras de ferrovias.

Mesmo se essa irregularidade for confirmada, a quantia só entrará nas projeções da Fiesp mais à frente. Por ora, a entidade conhece os números até 2008, ano em que a sangria chegou a R$ 41,5 bilhões, ou 1,38% do PIB. No mundo, entre 1990 e 2005, foram desviados em torno de US$ 300 bilhões (R$ 472,5 bilhões a valores da última sexta-feira), quantia que pode ter dobrado nos últimos seis anos, para US$ 600 bilhões (ou R$ 945 bilhões), conforme o Relatório Global da Corrupção, da Transparência Internacional.

Denúncias de superfaturamento em obras, como as de rodovias e ferroviárias, ou qualquer outro esquema de desvio de verbas, não passariam impunes se houvesse maior controle prévio dos acordos entre agentes públicos e companhias privadas no Brasil — que ocupa a 75ª colocação no ranking da corrupção elaborado pela Transparência Nacional. No mundo, há exemplos bem-sucedidos. Recém-aprovada, a legislação da Inglaterra chega a ser mais dura do que a dos Estados Unidos, onde a multa chega a 20% do benefício conseguido pelos corruptos. "O pagamento, na Inglaterra, é ilimitado e a indenização pode ser milionária", afirma José Francisco Compagno, sócio da área de investigação de fraudes e suporte a litígios (FIDS) da Consultoria Ernst & Young Terco.

No Brasil, mais de 110 propostas se arrastam no Congresso Nacional para punir com mais rigor os casos de corrupção. Mas a aprovação esbarra na atuação dos próprios parlamentares. "Se tentamos aprovar uma lei mais dura, os próprios deputados jogam os projetos na gaveta. Eles se elegem com o dinheiro que vem da corrupção e isso cria um ciclo vicioso", critica David Fleischer, professor de ciências políticas da Universidade de Brasília (UnB). "Os casos são descobertos, mas ninguém vai para a cadeia. Não há punição", acrescenta.

Um dos projetos de lei em andamento que mais se aproxima da legislação aprovada no Reino Unido é o de nº 6.826/2010, que responsabiliza pessoas jurídicas pela prática de corrupção contra a administração pública nacional e estrangeira. A iniciativa é do Executivo, mas segue emperrada pela burocracia. Foi apresentada em fevereiro do ano passado, passou por várias comissões e aguarda encaminhamento da Câmara, apesar de a presidente Dilma Rousseff ter dado carta branca, em maio, para a constituição de uma comissão especial destinada a analisar o assunto. Só falta os partidos indicarem representantes — um movimento no qual eles não parecem engajados. ( Do Correio Braziliense)
 
 

Apenas 2,6% dos portoalegrenses estão otimistas em relação à Copa-2014

O pessimismo do povo brasileiro em relação à Copa do Mundo-2014 é muito grande. Um em cada quatro brasileiros responde que o país está 'sem condições de realizar o Mundial quando é perguntados sobre o andamento das obras, segundo pesquisa da Sport + Markt, que tem multinacionais e clubes entre seus clientes.

. Segundo matéria da Folha, somados aos 59,3% que acham que os preparativos estão atrasados, o pessimismo chega a 83,8%. Só 2,5% acham que as obras estão adiantadas. Entre os habitantes das capitais que sediarão os jogos, os mais otimistas são os de Belo Horizonte: 6,1% acham que as obras estão adiantadas. Já em São Paulo, onde o estádio para o Mundial será o Itaquerão, apenas 2,6% estão otimistas com o Mundial. O número é o mesmo de Porto Alegre.

 

O Brasil  do PT, abriga até 43% da corrupção do mundo

Nos últimos anos, a economia brasileira avançou e virou referência para as nações ricas em crise, mas a chaga da corrupção ainda insiste em fazer sangrar parcela importante de tudo o que é pago pelo contribuinte. Dados da organização Transparência Internacional e projeções da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) revelam que, no cenário mais otimista, o Brasil responde por 26% de todo o dinheiro movimentado pela corrupção no mundo. Na pior hipótese, esse índice alcança 43%. Enquanto as perdas médias globais anuais com o problema giraram perto dos R$ 160 bilhões nos últimos seis anos, o prejuízo nacional pode ter chegado a R$ 70 bilhões por ano — ou 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

domingo, 17 de julho de 2011

Por Reinaldo Azevedo - Revista Veja

Ensaio uma resposta antes de alguns dias de folga
Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País no Brasil, escreveu no dia 7 um artigo indagando onde estão os indignados do Brasil. Por que não ocupam as praças para protestar contra a corrupção e os desmandos? Não saberiam os brasileiros reagir à hipocrisia e à falta de ética dos políticos? Será mesmo este um país cujo povo tem uma índole de tal sorte pacífica que se contentaria com tão pouco? Publiquei, posts abaixo, a íntegra de seu texto. Afirmei que ensaiaria uma resposta, até porque a indagação de Arias, um excelente jornalista, é procedente e toca, entendo, numa questão essencial dos dias que correm. A resposta não é simples nem linear. Há vários fatores distintos que se conjugam. Vamos lá.

Povo privatizado
O "povo" não está nas ruas, meu caro Juan, porque foi privatizado pelo PT. Note que recorro àquele expediente detestável de pôr aspas na palavra "povo" para indicar que o sentido não é bem o usual, o corriqueiro, aquele de dicionário. Até porque este escriba não acredita no "povo" como ente de valor abstrato, que se materializa na massa na rua. Eu acredito em "povos" dentro de um povo, em correntes de opinião, em militância, em grupos organizados — e pouco importa se o que os mobiliza é o Facebook, o Twitter, o megafone ou o sino de uma igreja. Não existe movimento popular espontâneo. Essa é uma das tolices da esquerda de matriz anarquista, que o bolchevismo e o fascismo se encarregaram de desmoralizar a seu tempo. O "povo na rua" será sempre o "povo na rua mobilizado por alguém". Numa anotação à margem: é isso o que me faz ver com reserva crítica — o que não quer dizer necessariamente "desagrado" — a dita "Primavera Árabe". Alguém convoca os "povos".

No Brasil, as esquerdas, os petistas em particular, desde a redemocratização, têm uma espécie de monopólio da praça. Disse Castro Alves: "A praça é do povo como o céu é do condor". Disse Caetano Veloso: "A praça é do povo como o céu é do avião" (era um otimista; acreditava na modernização do Bananão). Disse Lula: "A praça é do povo como o povo é do PT". Sim, responderei ao longo do texto por que os não-petistas não vão às ruas quase nunca. Um minutinho. Seguindo.

O "povo" não está nas ruas, meu caro Juan Arias, porque o PT compra, por exemplo, o MST com o dinheiro que repassa a suas entidades não exatamente para fazer reforma agrária, mas para manter ativo o próprio aparelho político — às vezes crítico ao governo, mas sempre unido numa disputa eleitoral. Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad, ministro da Educação e candidato in pectore do Apedeuta à Prefeitura de São Paulo, estarão neste 13 de julho no 52º Congresso da UNE. Os míticos estudantes não estão nas ruas porque empenhados em seus protestos a favor. Você tem ciência, meu caro Juan, de algum outro país do mundo em que se fazem protestos a favor do governo? Talvez na Espanha fascista que seus pais conheceram, felizmente vencida pela democracia. Certamente na Cuba comuno-fascistóide dos irmãos Castro e na tirania síria. E no Brasil. Por quê?

Porque a UNE é hoje uma repartição pública alimentada com milhões de reais pelo lulo-petismo. Foi comprada pelo governo por quase R$ 50 milhões. Nesse período, esses patriotas, meu caro Juan, se mobilizaram, por exemplo, contra o "Provão", depois chamado de Enade, o exame que avalia a qualidade das universidades, mas não moveram um palha contra o esbulho que significa, NA FORMA COMO EXISTE, o ProUni, um programa que já transferiu bilhões às mantenedoras privadas de ensino, sem que exista a exigência da qualidade. Não se esqueça de que a UNE, durante o mensalão, foi uma das entidades que protestaram contra o que a canalha chamou "golpe da mídia". Vale dizer: a entidade saiu em defesa de Delúbio Soares, de José Dirceu, de Marcos Valério e companhia. Um de seus ex-presidentes e então um dos líderes das manifestações que resultaram na queda de Fernando Collor é hoje senador pelo PT do Rio e defensor estridente dos malfeitos do PT. Apontá-los, segundo o agora conservador Lindbergh Farias, é coisa de conspiração da "elites". Os antigos caras-pintadas têm hoje é a cara suja; os antigos caras-pintadas se converteram em verdadeiros caras-de-pau.

Centrais sindicais
O que alguns chamam "povo", Juan, chegaram, sim, a protestar em passado nem tão distante, no governo FHC. Lá estava, por exemplo, a sempre vigilante CUT. Foi à rua contra o Plano Real. E o Plano Real era uma coisa boa. Foi à rua contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. E a Lei de Responsabilidade Fiscal era uma coisa boa. Foi à rua contra as privatizações. E as privatizações eram uma coisa boa. Saiba, Juan, que o PT votou contra até o Fundef, que era um fundo que destinava mais recursos ao ensino fundamental. E onde estão hoje a CUT e as demais centrais sindicais?

Penduradas no poder. Boa parte dos quadros dos governos Lula e Dilma vem do sindicalismo — inclusive o ministro que é âncora dupla da atual gestão: Paulo Bernardo (Comunicações), casado com Gleisi Hoffmann (Casa Civil). O indecoroso Imposto Sindical, cobrado compulsoriamente dos trabalhadores, sejam sindicalizados ou não, alimenta as entidades sindicais e as centrais, que não são obrigadas a prestar contas dos milhões que recebem por ano. Lula vetou o expediente legal que as obrigava a submeter esses gastos ao Tribunal de Contas da União. Os valentes afirmaram, e o Apedeuta concordou, que isso feria a autonomia das entidades, que não se lembraram, no entanto, de serem autônomas na hora de receber dinheiro de um imposto.

Há um pouco mais, Juan. Nas centrais, especialmente na CUT, os sindicatos dos empregados das estatais têm um peso fundamental, e eles são hoje os donos e gestores dos bilionários fundos de pensão manipulados pelo governo para encabrestar o capital privado ou se associar a ele — sempre depende do grau de rebeldia ou de "bonomia"do empresariado.

O MST, A UNE E OS SINDICATOS NÃO ESTÃO NAS RUAS CONTRA A CORRUPÇÃO, MEU CARO JUAN, PORQUE SÃO SÓCIOS MUITO BEM-REMUNERADOS DESSA CORRUPÇÃO. E fornecem, se necessário, a mão-de-obra para o serviço sujo em favor do governo e do PT. NÃO SE ESQUEÇA DE QUE A CÚPULA DOS ALOPRADOS PERTENCIA TODA ELA À CUT. Não se esqueça de que Delúbio Soares, o próprio, veio da… CUT!

Isso explica tudo? Ou: "Os Valores"
Ainda não!

Ao longo dos quase nove anos de poder petista, Juan, a sociedade brasileira ficou mais fraca, e o estado ficou mais forte; não foi ela que o tornou mais transparente; foi ele que a tornou mais opaca. Em vez de se aperfeiçoarem os mecanismos de controle desse estado, foi esse estado que encabrestou entidades da sociedade civil, engajando-as em sua pauta. Até a antes sempre vigilante Ordem dos Advogados do Brasil flerta freqüentemente com o mau direito — e o STF não menos — em nome do "progresso". O petismo fez das agências reguladoras meras repartições partidárias, destruindo-lhes o caráter.

Enfraqueceram-se enormemente os fundamentos de uma sociedade aberta, democrática, plural. Em nome da diversidade, da igualdade e do pluralismo, busca-se liquidar o debate. A Marcha para Jesus, citada por você, à diferença do que querem muitos, é uma das poucas expressões do país plural que existe de fato, mas que parece não existir, por exemplo, na imprensa. À diferença do que pretendem muitos, os evangélicos são um fator de progresso do Brasil — se aceitarmos, então, que a diversidade é um valor a ser preservado.

Por que digo isso? Olhe para a sua Espanha, Juan, tão saudavelmente dividida, vá lá, entre "progressistas" e "conservadores" — para usar duas palavras bastante genéricas —, entre aqueles mais à esquerda e aqueles mais à direita, entre os que falam em nome de uma herança socialista e mais intervencionista, e os que se pronunciam em favor do liberalismo e do individualismo. Assim é, você há de convir, em todo o mundo democrático.

Veja que coisa, meu caro: você conhece alguma grande democracia do mundo que, à moda brasileira, só congregue partidos que falam uma linguagem de esquerda? Pouco importa, Juan, se sabem direito o que dizem e são ou não sinceros em sua convicção. O que é relevante é o fato de que, no fim das contas, todos convergem com uma mesma escolha: mais estado e menos indivíduo; mais controle e menos liberdade individual. Como pode, meu caro Juan, o principal partido de oposição no Brasil pensar, no fim das contas, que o problema do PT é de gestão, não de valores? Você consegue se lembrar, insisto, de alguma grande democracia do mundo em que a palavra "direita" virou sinônimo de palavrão? Nem na Espanha que superou décadas de franquismo.

Imprensa
Se você não conhece democracia como a nossa, Juan, sabe que, com as exceções que confirmam a regra, também não há imprensa como a nossa no mundo democrático no que concerne aos valores ideológicos. Vivemos sob uma quase ditadura de opinião. Não que ela deixe de noticiar os desmandos — dois ministros do governo Dilma caíram, é bom deixar claro, porque o jornalismo fez o seu trabalho. Mas lembre-se: nesta parte do texto, trato de valores.

Tome como exemplo o Código Florestal. Um dia você conte em seu jornal que o Brasil tem 851 milhões de hectares. Apenas 27% são ocupados pela agricultura e pela pecuária; 0,2% estão com as cidades e com as obras de infra-estrutura. A agricultura ocupa 59,8 milhões (7% do total); as terras indígenas, 107,6 milhões (12,6%). Que país construiu a agropecuária mais competitiva do mundo e abrigou 200 milhões de pessoas em apenas 27,2% de seu território, incluindo aí todas as obras de infra-estrutura? Tais números, no entanto — do IBGE, do Ibama, do Incra e da Funai — são omitidos dos leitores (e do mundo) em nome da causa!

A crítica na imprensa foi esmagada pelo engajamento; não se formam nem se alimentam valores de contestação ao statu quo — que hoje, ora veja!, é petista. Por quê? Porque a imprensa de viés realmente liberal é minoritária no Brasil. Dá-se enorme visibilidade aos movimentos de esquerdistas, mas se ignoram as manifestações em favor do estado de direito e da legalidade. Curiosamente, somos, sim, um dos países mais desiguais do mundo, que está se tornando especialista em formar líderes que lutam… contra a desigualdade. Entendeu a ironia?

Quem vai à rua?
Ora, Juan, quem vai, então, à rua? Os esquerdistas estão se fartando na lambança do governismo, e aqueles que não comungam de suas idéias e que lastimam a corrupção e os desmandos praticamente inexistem para a opinião pública. Quando se manifestam, são tratados como párias. Ou não é verdade que a imprensa trata com entusiasmo os milhões da parada gay, mas com evidente descaso a marcha dos evangélicos? A simples movimentação de algumas lideranças de um bairro de classe média para discutir a localização de uma estação de metro é tratada por boa parte da imprensa como um movimento contra o… "povo".

As esquerdas dos chamados movimentos sociais estão, sim, engajadas, mas em defender o governo e seus malfeitos. Afirmam abertamente que tudo não passa de uma conspiração contra os movimentos populares. As esquerdas infiltradas na imprensa demonizam toda e qualquer reação de caráter legalista — ou que não comungue de seus valores ditos "progressistas" — como expressão não de um pensamento diferente, divergente, mas como manifestação de atraso.

Descrevi, meu caro Juan, o que vejo. Isso tem de ser necessariamente assim? Acho que não! A quem cabe, então, organizar a reação contra a passividade e a naturalização do escândalo, na qual se empenha hoje o PT? Essa indagação merecerá resposta num outro texto, que este já vai longe. Fica para depois do meu descanso.

Do seu colega brasileiro Reinaldo Azevedo.

Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/por-que-o-brasileiro-nao-se-indigna-e-nao-vai-a-praca-protestar-contra-a-corrupcao-ensaio-uma-resposta-antes-de-alguns-dias-de-folga/