Marchas e analistas da era analógica.
Em Brasília, um militonto do PSOL, portando uma bandeira, foi vaiado e expulso pela multidão. O senador Randolphe (PSOL-AP) tentou entrar e foi impedido, indo registtrar o fato onde? No twitter. Em São Paulo, o senador Suplicy quis subir no carro de som, mas foi impedido pelos manifestantes. É muita cara de pau. Enquanto isso, os analistas da era analógica continuam ocupando as páginas de jornais para afirmar que as marchas são dispersas e sem objetivo definido. E, pasmem, que continuarão esparsas se nao tiverem a CUT, o PT (ou coisa que o valha), a UNE, a Igreja ou outras organizações para mobilizarem a população. O argumento mais escroto, no entanto, é o de que a boa situação econômica do Brasil inibe os protestos. Os analistas da era analógica ainda não entenderam as passestas da era digital. Elas unem pessoas que pelos mais diversos motivos não podem ir até os locais programados, pois estão espalhadas por todo o país, mas que agora fazem parte de uma sociedade em rede. Os analistas da era analógica ainda pensam que as verdadeiras passeatas ocorrem nas ruas. São do tempo das diretas já, do fora Collor e do PT limpinho e cheiroso. Ontem, alguns poucos foram às ruas, enquanto centenas de milhares participaram, talvez milhões, dando o seu mais irrestrito apoio nas avenidas virtuais. As fotos mais representativas não estão mais nas capas dos jornais. Estão no facebook.
Acima (clique para ampliar e ver os detalhes) um exemplo desta nova era: o Blog do Planalto foi invadido por um hacker. Lá ele colocou uma foto da manifestação de 20.000 pessoas em Brasília, com a seguinte mensagem: "político deve ser íntegro, incorruptível! Ficha limpa já! Voto aberto no Congresso" E completou: "Brasileiros acredite [sic] em vocês, salvem o BRASIL! " Assinou a mensagem como " @DonR4ul o hacker beleza". Em seguida foi para o twitter e registrou: "…blog.planalto.gov.br é do povo!"
Os analistas da era analógica gostariam que, em vez disso, o manifestante tivesse invadido o Palácio do Planalto, pela rampa, enfrentando a segurança. Não é mais assim. Está na hora de rever conceitos.
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