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domingo, 17 de julho de 2011

Editorial do Jornal Minuano - Estância Velha, RS.

1984
Mil Novecentos e Oitenta e Quatro é um romance distópico clássico do autor inglês Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudônimo de George Orwell. Publicado em 8 de junho de 1949, retrata o cotidiano de um regime político totalitário e repressivo no ano homônimo. No livro, Orwell mostra como uma sociedade oligárquica coletivista é capaz de reprimir qualquer um que se opuser a ela. A história narrada é a de Winston Smith, um homem com uma vida aparentemente insignificante, que recebe a tarefa de perpetuar a propaganda do regime através da falsificação de documentos públicos e da literatura a fim de que o governo sempre esteja correto no que faz. Smith fica cada vez mais desiludido com sua existência miserável e assim começa uma rebelião contra o sistema. O romance se tornou famoso por seu retrato da difusa fiscalização e controle de um determinado governo na vida dos cidadãos, além da crescente invasão sobre os direitos do indivíduo. Desde sua publicação, muitos de seus termos e conceitos, como "Big Brother", "duplipensar" e "Novilíngua" entraram no vernáculo popular.
O GRANDE IRMÃO
Na verdade, o grande irmão entrou na vida das pessoas, inicialmente de forma silenciosa, e hoje praticamente controla a vida e os hábitos das pessoas. Onde quer que estejamos, tem sempre uma câmera para nos "vigiar". Nas casas, nos prédios, nos elevadores; no trânsito, nas escolas, nas empresas; nos restaurantes, nas lojas, no lazer. Muitas delas, a maioria, em nosso próprio benefício, para a nossa própria segurança. Mas, até que ponto esta invasão de privacidade é legal, do ponto de vista da lei, ou do ponto de vista do direito de liberdade de expressão?
Quando uma câmera é colocada para controlar nossos pensamentos, ou nossas palavras, por exemplo, e principalmente, sem o nosso conhecimento? E quando isso é feito em um estabelecimento público, que tem pessoas a quem passamos uma procuração, seja através do voto, ou por meio de concurso? Pois, em janeiro deste ano, ao visitar o prefeito, soube dele que todas as pessoas que frequentam o gabinete são gravadas, e não apenas a imagem, mas o diálogo ali travado. Mais: que estas conversas inclusive teriam sido ouvidas em tempo real.
Ou seja, não existe uma unidade confiável na casa que cuida da cidade. Existe um jogo de interesses que busca identificar razões para conflitos.
Confesso que, num primeiro momento, minha reação foi de aceitação. Não se questiona o "instituído": aceitamos, engolimos e convivemos. Mas, vários acontecimentos a partir daí me trouxeram a este desabafo. Nós elegemos pessoas em quem confiamos, que agora nos gravam com que intenção? Não temos mais a liberdade de manifestar as nossas preocupações ou fazer os nossos pedidos? Não encontramos mais pessoas que nos escutam pelo simples fato de termos direito de ser ouvidos? O que é público, então? A divulgação de uma "versão editada" por quem está lá para nos representar?
Confesso que me sinto um "Smith". Fico cada vez mais desiludida com minha existência miserável e começo uma rebelião contra o sistema. EU NÃO VOU MAIS NO GABINETE DO PREFEITO PORQUE A MINHA CONVERSA GRAVADA PODE SER EDITADA E USADA CONTRA MIM. E olha que eu teria entrevistas importantes que contribuiriam para o desenvolvimento da cidade. Basta ler a matéria do Consórcio Via Estância (página 5) para sentir que o problema do transporte coletivo está longe de uma solução, "vendida" pelo release da Comunicação da Prefeitura.
SIGILO DA EMPRESA
E já que estamos falando em "invasão de privacidade", toda empresa tem o direito de resguardar dados que considera sigilosos. Negamos dados de Circulação, porque estatísticas são manipuláveis, e não temos interesse em números falsos. Não precisamos disso. Nossa imagem é nosso trabalho: diário, semanal, mensal, anual, e há 14 anos fazendo a memória desta cidade. Aliás, muito fresca, para lembrar de coisas que hoje muitos dos que ocupam cargos públicos preferem esquecer. Promessas, principalmente, guardadas no baú, até o ano que vem, claro, ano de eleições.
A promessa de que teríamos, finalmente, uma política de Comunicação séria, que vislumbraria, sim, a verba publicitária. A promessa de que não seria menor do que a da administração anterior. A promessa de que não se incomodaria com críticas, quaisquer que fossem. Tudo promessa não cumprida. Mais uma vez tivemos o corte do anúncio semanal, cujo valor é praticamente a metade de 2008 (aquele da "promessa), e na metade do terceiro ano de mandato. Sabe como o secretário que justificou o "corte" chamou o mandatário número um? O "meu prefeito"…
MAIS UMA VEZ O… POSIÇÃO!!!
Como sempre, reagi, ou melhor, pró-agi e me juntei a pessoas insatsifeitas com o rumo das coisas do poder e que nos atingem em nossa vida diária. A uma delas, transferi poder para cobrar "por semana" o que nos é "transferido" por mês. Pois, e agora, pasmem, havia essa possibilidade real. Desde que o colunista que fala mal do prefeito e da Prefeitura, fosse afastado. Isso confirmado por uma "fonte palaciana" do próprio colunista. A VERBA DO MINUANO SERIA AUMENTADA EM QUATRO VEZES. NÃO QUE NÃO FOSSE JUSTA, PELA DEFASAGEM, MAS NÃO SOB

CONDICIONANTE.
A propósito, na sexta-feira, 8 de julho, havia gestantes em trabalho de parto no hospital, e não havia médico da área. O prefeito foi lá "esculhambar" a enfermeira de plantão, ao invés de cobrar do diretor ou do secretário a falta de especialista. A funcionária registrou ocorrência e continua fazendo o seu trabalho. O prefeito continua escolhendo quem quer, pagando quanto quer, e transferindo os destinos da cidade para pessoas despreparadas para a função. Vamos começar a questionar estas escolhas. A propósito, a pasta da Administração é para administrar o que, mesmo? A cidade? Ou o espaço do jornal, dizendo o que pode ser publicado e quanto vale em vil metal?


Jornalista Claudete Rihl


Editora

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