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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Eminência parda
Eminência é o tratamento dispensado aos cardeais. No reinado de Luís XIII, da França, quem mandava de fato era seu conselheiro, o cardeal Richelieu que, com sua tradicional vestimenta vermelha, era conhecido como Eminência Vermelha. Seu secretário, o padre Joseph, permanecia sem aparecer. Em razão da cor parda de seu hábito de capuchinho ele era, num irônico paralelo a Richelieu, apelidado de Éminence Grise, pois grise significa pardo em francês, cinzento, sombrio. A expressão é o modo pejorativo com que nos referimos aos que trabalham à sombra do chefe e influem nas decisões que ele toma. Muitos governos têm a sua eminência parda e nem é preciso consultar livros de História para identificá-las. Golbery não me deixaria mentir...

Pedante
É o pretensioso, aquele que se expressa exibindo conhecimentos que não possui. A origem da palavra é curiosa. Tal como pedestre, pedagogo e pedagogia, vem de pé. Pedante, na Roma Antiga era o escravo que acompanhava, a pé, os filhos de seu senhor à escola. Ficava aguardando as aulas terminarem para levar de volta as crianças para casa. Enquanto esperava, ouvia as lições e assim, embora sem escolaridade formal, aprendia a falar difícil. Daí a acepção de pedante para quem mostra uma cultura falsa ou acima do seu meio. Nos salões sofisticados, onde brilham lantejoulas e olhos revirados, o pedante encontra terreno fértil para suas ocas demonstrações de cultura, não é verdade?

Libéria
Esse país africano foi uma criação norte-americana, tentativa de fazer retornar à África os negros que de lá vieram, trazidos como escravos. O próprio nome do país simboliza a liberdade reconquistada pelos antigos cativos. Em 1822, a Sociedade Americana de Colonização instalou os primeiros retomados e em 1847, sob a liderança de Ralph Randolph Gurley, o país se tornou independente, tendo como capital a cidade batizada de Monróvia, homenagem ao presidente James Monroe, principal incentivador da generosa idéia. Infelizmente, o ideal que inspirou a nação hoje desapareceu e, como tantos vizinhos seus, ela vive mergulhada em crises e vítima de sucessivos golpes de estado. Mais uma boa idéia que escoa pelo ralo...

Voto de Minerva
Quando, em qualquer assembléia - pública ou particular - registra-se empate numa votação, o que desempata a contagem é o chamado voto de Minerva. Por que esse nome?
Ele se inspira na deusa romana Minerva (Atena, ou Palas-Atenéia para os gregos), protetora da inteligência, das artes e do saber. Nenhuma divindade era tão cultuada na Roma Antiga, a ponto de, regularmente, serem realizadas as chamadas minervalias, solenes homenagens a ela.
A aplicação prática da expressão Ocorre assim: o presidente da assembléia se abstém de votar e só é chamado a fazê-la em caso de empate. Ai, seu voto decide a questão. Nessa hora tensa, com certeza ninguém está pensando na deusa romana, muito menos nas minervalias. O negócio é resolver a questão. Constatado o empate, o presidente se enche de pompa, empina o nariz e, solenemente, profere seu voto, para alegria de uns e decepção de outros. Assim foi, assim é e assim continuará sendo - a menos que, como sucede em certos plenários, os inconformados partam para a briga. Mas ai já é assunto para as páginas policiais...

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