A percepção dos empresários com relação ao desempenho a economia brasileira piorou no quarto trimestre, de acordo com a pesquisa Panorama Global de Negócios. Na escala de o a 100, o nível de otimismo dos diretores financeiros (CFOs) das companhias pesquisas ficou em 53,3 pontos, abaixo dos 54,7 pontos do terceiro trimestre. O resultado apurado foi o menor dos últimos quatro trimestres, quando o índice começou a ser calculado.
A queda na confiança brasileira contrasta com outras regiões do mundo. O otimismo está crescendo nos Estados Unidos e na Europa - atingiu 57,5 pontos e 56,4 pontos, respectivamente. Nos países da Ásia, o indicador oscila entre 65 pontos e 70 pontos. E, na América Latina, com exceção da Argentina e Venezuela, o índice dos demais países supera o brasileiro e está acima de 60 pontos.
A pesquisa trimestral foi conduzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Duke University e GFO Magazine. O levantamento foi encerrado em 5 de dezembro e foram entrevistados 1.106 CFOs de todo o mundo, sendo 51 brasileiro.
A pesquisa trimestral foi conduzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Duke University e GFO Magazine. O levantamento foi encerrado em 5 de dezembro e foram entrevistados 1.106 CFOs de todo o mundo, sendo 51 brasileiro.
"O meu palpite é que esses números indicam que a economia brasileira vai continuar tendo um desempenho ruim", afirmou Antônio Gledson Carvalho, coautor do estudo e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa também teve a participação do professor Klênio Barbosa.
O estudo ainda apontou que 45% dos CFOs brasileiros se tornaram mais pessimistas em relação ao trimestre anterior, enquanto apenas 12% estão com um otimismo maior.
O desânimo com a economia já afeta a perspectiva do mercado de trabalho. No levantamento do terceiro trimestre, os executivos previam um aumento de 5,1% no emprego permanente e de 5,3% no temporário para os 12 meses seguintes. Na pesquisa atual, o crescimento deve ser de 2,6% e 0,7%, respectivamente. "Nas pesquisas dos trimestres anteriores, havia uma tendência de crescimento do emprego temporário, um movimento que as empresas fazem quando há incerteza em relação ao futuro. Mas, neste trimestre, se observa uma alta menor, o que faz parecer que as empresas estão realmente projetando um tempo mais difícil pela frente", afirmou Carvalho.
Investimento. O levantamento apurou que os executivos projetam um avanço menor no investimento em relação ao terceiro trimestre - no período, a expectativa de crescimento para os próximos 12 meses passou de 7,3% para 3,5%. O mesmo aconteceu com a expectativa de alta da no lucros, de expansão de 14,4% para 10,5%.
Outra grande dificuldade das empresas é com a manutenção da margem de lucro: 80% estão com problemas. "As companhias estão sinalizando uma capacidade menor de elevar os preços, ao mesmo tempo em que o salário continua subindo", disse Carvalho. Pelo levantamento, os salários devem avançar 7,9%, mas o preço dos produtos vai subir apenas 2,4%. (Estadão)
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