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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A década perdida

MARCO ANTONIO VILLA - O Estado de São Paulo


A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 foi recebida como um conto de fadas. O País estaria pagando uma dívida social. E o recebedor era um operário.

Operário que tinha somente uma década de trabalho fabril, pois aos 28 anos de idade deu adeus, para sempre, à fábrica. Virou um burocrata sindical. Mesmo assim, de 1972 a 2002 - entre a entrada na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e a eleição presidencial -, portanto, durante 30 anos, usou e abusou do figurino do operário, trabalhador, sofrido. E pior, encontrou respaldo e legitimação por parte da intelectualidade tupiniquim, sempre com um sentimento de culpa não resolvido.

A posse - parte dos gastos paga pelo esquema do pré-mensalão, de acordo com depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público - foi uma consagração. Logo a fantasia cedeu lugar à realidade. A mediocridade da gestão era visível. Como a proposta de governo - chamar de projeto seria um exagero - era inexequível, resolveram manter a economia no mesmo rumo, o que foi reforçado no momento da alta internacional no preço das commodities.

Quando veio a crise internacional, no final de 2008, sem capacidade gerencial e criatividade econômica, abriram o baú da História, procurando encontrar soluções do século 20 para questões do século 21. O velho Estado reapareceu e distribuiu prebendas aos seus favoritos, a sempre voraz burguesia de rapina, tão brasileira como a jabuticaba. Evidentemente que só poderia dar errado. Errado se pensarmos no futuro do País. Quando se esgotou o ciclo de crescimento mundial - como em tantas outras vezes nos últimos três séculos -, o governo ficou, como está até hoje, buscando desesperadamente algum caminho. Sem perder de vista, claro, a eleição de 2014, pois tudo gira em torno da permanência no poder por mais um longo tempo, como profetizou recentemente o sentenciado José Dirceu.

Os bancos e as empresas estatais foram usados como instrumentos de política partidária, em correias de transmissão, para o que chamou o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, de "projeto criminoso de poder", quando do julgamento do mensalão. Os cargos de direção foram loteados entre as diferentes tendências do Partido dos Trabalhadores (PT) e o restante foi entregue à saciedade dos partidos da base aliada no Congresso Nacional. O PT transformou o patrimônio nacional, construído durante décadas, em moeda para obter recursos partidários e pessoais, como ficou demonstrado em vários escândalos durante a década.

O PT era considerado uma novidade na política brasileira. A "novidade" deu vida nova às oligarquias. É muito difícil encontrar nos últimos 50 anos um período tão longo de poder em que os velhos oligarcas tiveram tanto poder como agora. Usaram e abusaram dos recursos públicos e transformaram seus Estados em domínios familiares perpétuos. Esse congelamento da política é o maior obstáculo ao crescimento econômico e ao enfrentamento dos problemas sociais tão conhecidos de todos.

Não será tarefa fácil retirar o PT do poder. Foi criado um sólido bloco de sustentação que - enquanto a economia permitir - satisfaz o topo e a base da pirâmide. Na base, com os programas assistenciais que petrificam a miséria, mas garantem apoio político e algum tipo de satisfação econômica aos que vivem na pobreza absoluta. No topo, atendendo ao grande capital com uma política de cofres abertos, em que tudo pode, basta ser amigo do rei - a rainha é secundária.

A incapacidade da oposição de cumprir o seu papel facilitou em muito o domínio petista. Deu até um grau de eficiência política que o PT nunca teve. E o ano de 2005 foi o ponto de inflexão, quando a oposição, em meio ao escândalo do mensalão, e com a popularidade de Lula atingindo seu nível mais baixo, se omitiu, temendo perturbar a "paz social". Seu principal líder, Fernando Henrique Cardoso, disse que Lula já estava derrotado e bastaria levá-lo nas cordas até o ano seguinte para vencê-lo facilmente nas urnas. Como de hábito, a análise estava absolutamente equivocada. E a tragédia que vivemos é, em grande parte, devida a esse grave erro de 2005. Mas, apesar da oposição digna de uma ópera-bufa, os eleitores nunca deram ao PT, nas eleições presidenciais, uma vitória no primeiro turno.

O PT não esconde o que deseja. Sua direção partidária já ordenou aos milicianos que devem concentrar os seus ataques na imprensa e no Poder Judiciário. São os únicos obstáculos que ainda encontram pelo caminho. E até com ameaças diretas, como a feita na mensagem natalina - natalina, leitores! - de Gilberto Carvalho - ex-seminarista, registre-se - de que "o bicho vai pegar". A tarefa para 2013 é impor na agenda política o controle social da mídia e do Judiciário. Sabem que não será tarefa fácil, porém a simples ameaça pode-se transformar em instrumento de coação. O PT tem ódio das liberdades democráticas. Sabe que elas são o único obstáculo para o seu "projeto histórico". E eles não vão perdoar jamais que a direção petista de 2002 esteja hoje condenada à cadeia.

A década petista terminou. E nada melhor para ilustrar o fracasso do que o crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1%. Foi uma década perdida. Não para os petistas e seus acólitos, claro. Estes enriqueceram, buscaram algum refinamento material e até ficaram "chiques", como a Rosemary Nóvoa de Noronha, sua melhor tradução. Mas o Brasil perdeu.

Poderíamos ter avançado melhorando a gestão pública e enfrentado com eficiência os nossos velhos problemas sociais, aqueles que os marqueteiros exploram a cada dois anos nos períodos eleitorais. Quase nada foi feito - basta citar a tragédia do saneamento básico ou os milhões de analfabetos.

Mas se estagnamos, outros países avançaram. E o Brasil continua a ser, como dizia Monteiro Lobato, "essa coisa inerme e enorme".

  MARCO ANTONIO VILLA É HISTORIADOR E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFCAR)

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-decada--perdida-,979160,0.htm



Adolescentes nigerianas criam gerador de energia movido a urina


O destaque da Maker Faire Africa 2012 ficou por conta de quatro adolescentes que desenvolveram um sistema bastante alternativo de geração de eletricidade: o dispositivo proporciona seis horas de uso de energia elétrica a cada litro de urina dispensado na máquina.

O gerador foi desenvolvido pelas adolescentes Duro-Aina Adebola (14), Akindele Abiola (14), Faleke Oluwatoyin (14) e Bello Eniola (15) e apresentado durante o evento que ocorreu no início do mês em Lagos, na Nigéria.

Com baixos custos de produção e operação, o aparelho produz energia através da eletrólise da ureia, realizada no processo de filtragem da urina: depois de passar por uma célula eletrolítica, o líquido excretado é divido em moléculas de nitrogênio, hidrogênio e água. Quando esta etapa acaba, os elementos são filtrados novamente e absorvidos por um cilindro instalado no dispositivo, que empurra o hidrogênio para o interior de outro cilindro com líquido. Assim, a umidade é retirada e o composto gera eletricidade.

O aparelho foi confeccionado pelas estudantes para um trabalho escolar e apresenta custos mínimos, utilizando apenas um filtro de água, um botijão de gás e o dispositivo gerador, feito a partir de células eletrolíticas. Para Gerardine Botte, engenheira química da Universidade de Ohio, o sucesso da nova tecnologia ainda não é garantido. "É um projeto escolar, portanto, não levem muito a sério", disse a especialista ao portal CNET.

Entretanto, o maior obstáculo para a implantação desta alternativa é o potencial explosivo do hidrogênio, que pode ser utilizado na fabricação de explosivos de alta destruição – caso elaborada, uma bomba a partir do material pode superar 50 vezes a força de uma bomba atômica – como as utilizadas em Hiroshima e Nagasaki.

Apesar de o projeto oferecer seus riscos e dúvidas, é inegável que as estudantes nigerianas desenvolveram uma maneira sustentável e inusitada de se produzir energia limpa.

Fonte: CicloVivo e CNET

Determinado afastamento do Secretário do Meio Ambiente de Novo Hamburgo

O Juiz de Direito Ramiro Oliveira Cardoso, em substituição na 3ª Vara Cível de Novo Hamburgo, aceitou denúncia do Ministério Público e determinou o afastamento liminar do Secretário Municipal do Meio Ambiente, Ubiratan Hack. O Secretário é acusado de utilizar o cargo para favorecer a empresa de metalurgia Solary, autuada por danos ambientais, além de prestar, por meio de terceiros, assessoria técnica à metalúrgica. A decisão é dessa quarta-feira (26/12).

Na Ação Civil Pública ajuizada, o MP narrou que, antes de assumir a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMAM), Hack era responsável técnico por inúmeras empresas poluidoras sediadas na cidade, dentre essas a Solary. De acordo com a Promotoria, ele teria abandonado a assessoria da empresa apenas formalmente, pois continuava exercendo a atividade por meio de uma ex-funcionária da Hack Consultoria e Projeto de Efluentes LTDA-ME, empresa da qual o acusado e sua esposa são sócios. O MP apresentou boletos bancários de pagamentos feitos pela Solary à Hack Consultoria, em período em que o réu já era Secretário do Meio Ambiente.

O Ministério Público denunciou ainda o tráfico de influência exercido, uma vez que o Hack teria tentado embaraçar o trabalho de autuação da empresa Solary. Informou também a existência de inquérito policial que investiga a falsificação da data de Autorização de Manejo de Vegetação concedida pela SEMAM em favor da Amazonas Produtos para Calçados LTDA.

Em defesa, ele negou o tráfico de influência. A respeito dos pagamentos, atribuiu a um equívoco da ex-funcionária.

Decisão

Ao receber a denúncia por improbidade administrativa e determinar o afastamento do Secretário, o Juiz Ramiro Cardoso destacou depoimentos de servidores que confirmam as acusações do MP.

Uma das servidoras da Secretaria, que é engenheira química, relatou ter sido chamada a verificar o derramamento de efluentes industriais em uma boca de lobo, apesar de não atuar na fiscalização. Após constatar que a fonte era a empresa Solary, ela teria sido chamada para uma conversa com o Assessor Fernando Marco, que a aconselhou a tomar cuidado, pois ela ainda estava em estágio probatório. Também afirmou ter recebido orientações de Hack, via e-mail, de como proceder em relação à metalúrgica, o que não teria acontecido em relação a outras empresas autuadas.

Outra testemunha, que também trabalhou na autuação da Solary, relatou ter sido orientada a não contatar a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (PATRAM). No entanto, no mesmo dia a PATRAM esteve na empresa e denunciou o caso à Polícia Civil. O servidor contou que foi indagado se teria sido ele quem acionara a Patrulha e, dias depois, ele foi posto à disposição, retornando às suas atividades junto à Guarda Municipal. Além disso, disse que a engenheira química afirmou ter sido pressionada a alterar informações em seu relatório sobre a metalúrgica.

Afastamento

Quanto ao afastamento, o magistrado enfatizou que o acusado, não só exerce influência sobre os subordinados, valendo-se sua função de chefia, orientando depoimentos, como também, através de interposta pessoa, a Procuradora do Município Kadja Menezes, comporta-se processualmente de forma intolerável, retendo indevidamente os autos, pondo em risco o resultado útil do processo (conforme retenção indevida dos autos por oito meses).

O Juiz destacou o depoimento de outro servidor municipal. Ele procurou o MP para mudar seu depoimento na polícia sobre o caso envolvendo a empresa Amazonas. Narrou que foi orientado pelo Secretário e pela Procuradora Kadja a dizer que houve um erro material ao colocar a data da Autorização de Manejo de Vegetação. Contudo, afirmou a Promotoria, ele colocou a data retroativa por orientação de Jenoildo Fragata, então Diretor de Licenciamento da SEMAM. Depois, descobriu que a data utilizada era exatamente um dia antes da autuação realizada pela PATRAM.

Ação Civil Pública nº 11100109231 (Comarca de Novo Hamburgo)

domingo, 30 de dezembro de 2012

Há motivos para decretar o Impeachment de Dilma Rousseff.

- Tráfico de influência terrorista (tentar limpar a história com a falsa comissão da verdade, além de aceitar e proteger terrorista e assassino estrangeiro em nosso pais [Batisti], condenado pela justiça italiana).



- Improbidade administrativa (doação de dinheiro para Cuba, sabendo-se que há fome e muitas obras por acabar ou não feitas em nosso pais, resultando na morte de muitos brasileiros).



- Como é o caso da falta de investimentos em infraestrutura, que mantém nossa vasta malha rodoviária esburacada, matando 66,8 mil mortes ao ano de brasileiros no trânsito (número de 2007), enquanto os governos petistas (Lula e Dilma) doaram milhões de dólares para Cuba.



- Ao contrário dos países desenvolvidos, no Brasil, a quantidade de fatalidades em acidentes de trânsito cresceu de 2000 a 2007. De acordo com a base do SUS, houve um aumento de 30% nas mortes nesse período.



- Entre 1997 e 1999, as mortes em acidentes terrestres estavam caindo, mas voltaram a crescer a partir de 2000, atingindo um pico histórico em 2007, com 66.837 mortes segundo os seguros DPVAT, um número extremamente elevado e alarmante, que coloca o Brasil entre os países com mais mortes no trânsito no mundo. A partir destes dados, pôde-se concluir que, em 2007, houve a média de 183 mortes por dia no trânsito brasileiro, ou 66,8 mil mortes ao ano (7,6 por hora). (Fonte: CNM - Confederação Nacional de Municípios www.cnm.org.br - Estudos Técnicos - Mapeamento das Mortes por Acidentes de Trânsito no Brasil. Dados cruzados do DNATRAN e do Ministério da Saúde. Não inclui o número dos que morrem mais tarde e de feridos que se tornam inválidos, que é pelo menos três vezes maior do que os que morrem no local dos acidentes, ou seja, cerca de 200,4 mil por ano.)



- "A presidente Dilma participou na terça-feira, 31.01.2012, de uma solenidade em Cuba, na qual anunciou a liberação de um crédito US$ 70 milhões para auxiliar no desenvolvimento da agricultura familiar do país.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Lula: a paúra de ter seus 'bens' arrestados

Dizem que Lula anda de penico na mão de tanto medo de que a Receita Federal descubra a imensa fortuna que amealhou enquanto estava com a chave do Tesouro Nacional mas mãos e dele fez o que bem quis. Essas manifestações orquestradas por seus aduladores beneficiados por seus favores com o dinheiro público dizem mesmo a que vieram. A tentativa de blindagem de sua asquerosa figura falsa escancara o que está por trás de tudo. É só puxar a ponta do fio que a podridão aparecerá. Essa história de grande quantidade de "palestras" agendadas serve para lavar a grana que ele embolsou despudoradamente dos cofres públicos. Tomara que o procurador-geral inicie as investigações e remeta para o STF. CH

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Paulo de Tarso Venceslau, que viu de perto a face escura de Okamotto, não tem motivos para duvidar da ameaça a Marcos Valério

Um dos fundadores do PT, Paulo de Tarso Venceslau foi expulso do partido e demitido do cargo de secretário de Finanças da prefeitura de São José dos Campos depois de ter revelado a Lula delinquências envolvendo bandidos de estimação do chefe supremo. Esse foi um dos muitos episódios que lhe permitiram ver de perto a face escura de Paulo Okamotto, iluminada por um artigo publicado no blog do Ucho. Confira dois trechos do texto reproduzido na seção Feira Livre.:
Okamotto costumava circular pela prefeitura de São José em busca de lista de empresários credores. Ele não ocupava qualquer cargo no paço. Era evidente que buscava recursos paralelos, com a anuência da então prefeita Ângela Guadagnin. No mesmo dia em que a auditoria externa encerrou seus trabalhos e me enviou o relatório, fui exonerado sumariamente a pedido de Paulo Okamotto e Paulo Frateschi, segundo me relatou a própria prefeita.  
O administrador do sindicato, Sadao Higuchi, era quem encaminhava os recursos vindos do exterior a Okamotto. Em 13 de junho de 1998, em plena campanha eleitoral, Sadao morreu "afogado" numa represa localizada nas proximidades de Bragança Paulista. (…)  Morreu afogado, mas tinha uma contusão na cabeça. Ele teria caído n'água e o barco teria se chocado com ele. Pequeno enorme detalhe: tratava-se de um bote inflável.
Coisa de direitista delirante? Mais uma da elite golpista? Invencionice da mídia conservadora? É difícil enquadrar nesses clichês o economista Paulo de Tarso Venceslau. Paulista de Santa Bárbara d'Oeste, hoje com 69 anos, Venceslau se engajou na luta armada como ativista da Ação Libertadora Nacional (ALN), participou em setembro de 1969 do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, foi capturado dias depois pela polícia política, passou cinco anos na cadeia e ligou-se a um dos grupos que fundariam o PT. Não é loiro. Nem tem olhos azuis.
Anos depois de ouvir ameaças de morte berradas por torturadores decididos a fazê-lo falar, Venceslau voltou a ouvi-las sussurradas por companheiros decididos a fechar-lhe a boca. Na prisão, poderia ter morrido por insistir em mentiras. No PT, quase morreu por ter contado a verdade.


Dilma Rousseff zomba dos brasileiros na mensagem de final de ano e abusa da mitomania

Sem consertoQuem redigiu o discurso de final de ano da presidente Dilma Rousseff é no mínimo roteirista de novela. Fora isso, conseguiu que Dilma, em seu pronunciamento, apresentasse aos brasileiros o Brasil como sendo o país de Alice, aquele das maravilhas.
O palavrório presidencial não poderia fugir do que muitos brasileiros viram e ouviram, pois mesmo não sendo petista de origem, Dilma foi contaminada pela soberba dos companheiros de legenda, que como semideuses jamais erram.
Comecemos pela economia. Dilma afirmou que o ano de 2013 será ainda melhor. Ou a presidente estava de brincadeira ou deverá ganhar uma camisa de força de presente de Natal. Quem disse a ela que este ano foi bom? Com o crescimento econômico em 1%, a inflação oficial, que ela disse ter controlado, em 5,64%, a inadimplência em alta e a indústria brasileira sofrendo como nunca, isso é devaneio. Dilma deveria analisar melhor e com antecedência os textos que lhe dão para ler para não cair na vala do ridículo, pois pela do descrédito ela já passou faz tempo.
Sem qualquer rubor facial, Dilma tocou o discurso adiante e afirmou: "Ao olhar 2012 em retrospectiva, vemos que continuamos crescendo e aprofundamos nossas grandes conquistas. Os resultados deste ano falam por si". Há dias, Lula disse que não será derrotado por qualquer "vagabundo", o que é óbvio, pois lobo não engole lobo porque engasga com o pelo. Mas neste domingo, Dilma resolveu chamar todos os brasileiros de palhaços.
Não contente, Dilma reforçou a voz e disparou: "Quando conversei com vocês na celebração do 7 de Setembro, disse que nosso modelo de desenvolvimento precisava ser reforçado em um de seus eixos: a competitividade de nossa economia". Desde 2005, o ucho.info alerta o governo para o perigoso processo de desindustrialização que vem devastando o setor fabril, mas ninguém deu importância ao fato. Sendo assim, falar em competitividade é no mínimo sandice.
Dilma Rousseff, que deixou o discurso para este domingo (23) sabendo que parte da população estaria emocionalmente fragilizada em função do Natal, disse que o governo está modernizando os aeroportos. Pois bem, quando o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, externou sua preocupação com a situação caótica dos aeroportos brasileiros, Lula chamou-o de idiota. Em seguida, o messiânico Lula prometeu investimentos de R$ 5 bilhões de para ampliar e modernizar os aeroportos brasileiros.
Como nada do que foi prometido passou à seara da realidade, há meses o Palácio do Planalto decidiu entregar três aeroportos para a iniciativa privada, cujas melhorias só ficarão prontas depois da Copa de 2014. Dias atrás, anunciou a privatização de outros dois.
Declarou a presidente que o Brasil construirá 800 aeroportos regionais, assunto que já tratamos, como se o Palácio do Planalto fosse uma usina de varinhas de condão. Oito centenas de aeroportos regionais não se constroem da noite para o dia, a não ser que sejam de brinquedo (do tipo Lego) ou Dilma pretende ficar no poder mais cinco décadas no poder, no melhor estilo companheiro Fidel.
Construir aeroportos exige infraestrutura, algo de que o Brasil padece de maneira vergonhosa. Dilma também garantiu que o País construirá dez mil quilômetros de ferrovias, como se isso fosse um daqueles saudosos trenzinhos elétricos que no passado Papai Noel deixava debaixo da árvore de Natal. Dez mil quilômetros, para que o leitor tenha ideia, é pouco mais do que a distância entre São Paulo e Paris. Deixando de lado as águas do Oceano Atlântico, é muito chão. Fora isso, Dilma disse que duplicará 7,5 mil quilômetros de estradas. Para mensurar o absurdo, 7,5 mil quilômetros é a distância entre as capitais paulista e mexicana.
Quando foi apresentada ao eleitorado brasileiro, Lula disse que sua candidata era a garantia de continuidade. E Lula, messiânico como sempre, tinha razão, pois o ufanismo palaciano continua o mesmo de antes. Sendo assim, passemos às outras inverdades.
Dilma afirmou que o salário do trabalhador ganhou poder de compra, quando na verdade o consumismo se deu na esteira do crédito irresponsável. Até porque, dois terços dos cidadãos brasileiros recebem mensalmente menos do que dois salários mínimos. Essa fórmula mágica cantada por Dilma pode ser conferida no aumento real do salário mínimo para 2013, que será de R$ 1,15. A presidente disse também que está ampliando o crédito ao consumidor e reduzindo sobremaneira as taxas de juro. Sim, é verdade, os bancos reduziram os ganhos, empurrando para baixo o crescimento do PIB. O que mostra que tem fio trocado na economia verde-loura.
Dilma Rousseff, sempre ela, disse que a tarifa de energia elétrica será reduzida para que as indústrias nacionais possam produzir e a economia cresça, pois afinal a nossa "guia" já avisou que em 2013 quer um "pibão bem grandão". Essa conversa fiada sobre a redução da tarifa de energia só convence quem não raciocina. Há dias, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema desmentiu a presidente e disse, de forma absolutamente clara, que para o Brasil escapar dos apagões, que têm o corrido com impressionante frequência, será preciso investir muito dinheiro no setor. Algo que o governo não faz para que a tarifa de energia não alcance o céu. Com a energia mais barata, o consumo de energia será maior em um país que corre diuturnamente riscos de apagões por falta de investimentos do governo. Sendo assim, para quem não comprou o presente de Natal do amigo secreto, aqui deixamos duas dicas: alguns pacotes de vela ou um lampião.
A presidente afirmou com todas as letras que o governo brasileiro não descumpre contrato. O que é uma inverdade. As negociações com algumas geradoras de energia fracassaram apenas porque o Palácio do Planalto insistiu na quebra de contrato. E esse tipo de comportamento tem assustado os investidores internacionais, que preferem dar outro rumo aos seus tostões. Fosse pouco, quem ousa investir no Brasil tem de desembarcar por aqui já sabendo que o governo é que decidirá qual será a taxa de retorno do dinheiro alheio. Ou seja, o governo é um bando de incompetentes que desconhece o mais raso significado da palavra "planejamento", arruma quem queira investir no Brasil e ainda quer determinar quanto o dono do dinheiro deve ganhar.
A chefe do Executivo federal encheu os pulmões de ar para anunciar que 1 milhão de famílias foram beneficiadas com o programa "Minha Casa, Minha Vida". Em 2009, quando o programa foi lançado com a conhecida pirotecnia palaciana, pois era preciso turbinar a candidata Dilma, o eufórico e mitômano Lula disse que em dois anos entregaria 2 milhões de casas. Mais de três anos depois, apenas metade da promessa foi cumprida. Dilma, a magnânima, esqueceu, porém, de dizer que prometeu construir 6 mil creches em quatro anos, mas até agora entregou apenas sete.
Como se fosse prima-irmã de Aladim, o gênio da lâmpada, Dilma disse que o Brasil fará a melhor Copa do Mundo de todos os tempos, dentro e fora do gramado. Inaugurada recentemente, a nova Arena do Grêmio, em Porto Alegre, que não receberá jogos da Copa, é a prova maior que o fiasco será grande. O novo está do tricolor gaúcho está fincado em área de Porto Alegre sem infraestrutura. A praça esportiva tem capacidade para 60 mil pessoas, mas a da estação do metrô mais próxima, cuja saída foi construída do lado errado, tem plataforma com capacidade para apenas 200 passageiros.
Dilma também abordou os investimentos no PAC, pois, segundo Lula, o programa é filho dela. Disse a presidente que até setembro passado foram investidos R$ 386 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento, do R$ 1 trilhão que será investido até 2014. Essa eficiência descomunal do PAC é voz corrente entre os brasileiros do Nordeste. Os que não falam sobre o assunto é porque morreram de sede, uma vez que as obras de transposição das águas do Rio São Francisco estão abandonadas, depois de fortunas investidas com alarde oficial. Hoje, muitas partes dos canais são ocupadas por cabras que pastam no mato que brota entre o concreto. O que faria a felicidade do genial e saudoso Zé Rodrix, que em dado trecho de "Casa no Campo" cantou "Eu quero carneiros e cabras pastando solenes no meu jardim"…
Lula, quando deixou o Palácio do Planalto, surrupiou alguns itens pertencentes ao patrimônio da União, como um crucifixo que estava no gabinete presidencial desde a era Itamar Franco, que até agora ninguém sabe do paradeiro. Contudo, Lula deixou na escrivaninha oficial inúmeros comprimidos de mitomania, versão extra-forte, pois o que Dilma Rousseff mentiu na noite deste domingo (23), antevéspera de Natal, foi uma colossal afronta aos brasileiros que têm a massa cinzenta em perfeito funcionamento.
Estivesse vivo, o espetacular Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, cobraria de Dilma direitos autorais por uso indevido de uma invenção sua, o "Febeapá", Festival de Besteiras que Assola o País. Ou seja, Dilma, além de presidente da República, nas horas vagas se dedica ao stand up, transmitido em rede nacional com o nosso dinheiro.

ARNALDO JABOR sobre o Rio Grande do Sul

O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam 'que horror'. Sabem do roubo do político e falam 'que vergonha'. Veem a fila de aposentados ao sol e comentam 'que absurdo'. Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem 'que baixaria'. Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'. Do ressentimento passivo à participação ativa'. Pois recentemente estive em Porto Alegre, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. Um regionalismo que simplesmente não existe em São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa: abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa, todo mundo cantando a letra! 'Como a aurora precursora / do farol da divindade, / foi o vinte de setembro / o precursor da liberdade ' Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito de comunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado. Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é 'comunidade'. Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é… Foi então que me deu um estalo. Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será. Esse grito exige consciência coletiva, algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados, sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'. Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes. Penso que o grito – se vier – só poderá partir das comunidades que ainda têm essa 'liga'. A mesma que eu vi em Porto Alegre. Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo. Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda: '…Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra…'

Arnaldo Jabor.

sábado, 22 de dezembro de 2012

O Sul é meu País: Pesquisa

PESQUISA CONCLUI QUE 53,85% DA POPULAÇÃO APÓIA SEPARATISMO DA REGIÃO SUL DO BRASIL

 

Pesquisadores ouviram 19.552 eleitores nos 48 maiores municípios da região Sul entre os dias 19 de novembro e 15 de dezembro de 2012. Apenas 30,16% da população é contra a proposta de separação do Sul.

 

Pesquisa divulgada neste dia 20 de dezembro pelo Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre) indica que índices de aprovação da proposta de criação de um novo país, envolvendo os três estados Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tem ampla aprovação por parte da população dos 48 maiores municípios com mais de 100 mil habitantes da região Sul. Segundo os dados divulgados pela entidade, com sede em Brusque, Santa Catarina e coordenada pelo Jornalista e Professor, Celso Deucher, a pesquisa ouviu 19.552 eleitores entre os dias 19 de novembro e 15 de dezembro deste ano e concluiu que 53,85% aprovam a criação de um novo país, contra 30,16% que reprovam a proposta, sendo que 15,99% dos entrevistados confessou-se indeciso.

O Estado com maior aprovação da proposta é o Rio Grande do Sul, onde 60,89% da população posicionou-se favorável, contra apenas 26,60% que reprovam. O Estado tem também o menor índice de indecisos, entre os três estados, 12,51%. Santa Catarina é o segundo estado com maior aprovação. Neste Estado, 54,17% dos entrevistados aprova a criação de um novo país, sendo que 30,30% reprovam a proposta e 15,53% estão indecisos. O Estado com menores índices de aprovação a proposta é o Paraná com 46,85% a favor, 33,49% contra e 19,66% que estão indecisos.

"Nos três Estados a proposta separatista vence com larga margem em relação aos que são contra e mesmo no Paraná, onde os índices são menores, se houvesse um plebiscito, venceria com mais de 13% de margem. Surpreende os números do Rio Grande do Sul, que de acordo com pesquisas sempre manteve-se numa média de aprovação em torno de 55%. Esta última pesquisa mostra que a aprovação a proposta separatista vem num crescendo, chegando em 2012 a mais de 60%", explica Celso Deucher, que acompanhou a coleta dos dados e divulgou oficialmente os números em nome do Gesul, do qual é Secretário Geral.

Segundo ele, das 48 cidades pesquisadas, a proposta só perderia por pequena margem, em quatro delas. Três no Paraná, Curitiba, São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu; e uma em Santa Catarina, Palhoça. Na capital paranaense os números divulgados indicam que 36,90% da população é favorável a proposta, 38,55% é contra e 24,55% encontra-se indecisa. Em São José dos Pinhais, cidade da região metropolitana de Curitiba, a diferença entre os que são favoráveis e os contra, foi de apenas 1,04% reprovando a proposta. Neste município, 35,94% dos entrevistados são favoráveis a separação e 36,98% são contra. Os indecisos somam 27,08, um dos maiores índices da pesquisa.

"Acreditamos que os números de São José dos Pinhais sejam um reflexo de Curitiba, assim como, de certa forma, os números de Palhoça, também refletiram os números da capital catarinense", analisa Deucher. Em Palhoça a proposta separatista recebeu 37,76% dos votos a favor, contra 38,54% contra, tendo 23,70% de indecisos. No outro município paranaense onde a proposta foi reprovada, Foz do Iguaçu (PR), 38,02% posicionaram-se a favor, 38,54% contra e 23,44% dos entrevistados estavam indecisos. "São diferenças ínfimas em todos os quatro municípios pesquisados que reprovaram a proposta, o que mostra que se houvesse de fato o referido plebiscito, haveria uma polarização bastante acentuada entre as duas partes", enfatiza o coordenador da pesquisa. No Estado do Rio Grande do Sul, a ideia é vencedora em todas as 18 cidades pesquisadas.

As pesquisas em todos os municípios seguem nos gráficos em anexo, divulgados pelo Gesul na tarde desta quinta-feira, dia 20. Neles aparecem além dos gráficos as bandeiras do Brasil, significando os que são contra a proposta, uma interrogação para os indecisos e uma bandeira em azul Royal com três estrelas (Alfa, Gama e Beta) alinhadas em triângulo no canto superior esquerdo, que segundo Celso Deucher, são os três Estados do Sul. "Esta é a bandeira do Movimento O Sul é o Meu País, principal entidade organizada que defende esta proposta de autodeterminação parcial ou total dos três Estados meridionais", explica.

 

Pesquisas sobre a proposta separatista começaram em 1991

 

Celso Deucher assinala ainda que é a primeira vez na história da região Sul do Brasil que uma pesquisa envolvendo o tema, alcançou tantas pessoas em tantos municípios. O Gesul realiza pesquisas deste tipo desde o ano 2000, quando foi criado em Brusque, SC, mas o monitoramente da proposta através dos números começou em 1991, quando foram divulgados pela Revista "Isto É", os primeiros levantamentos, feitos pelo IBOPE e pelo Instituto Bonilha. De lá para cá, anualmente são realizados levantamentos e pesquisas, em especial nas três capitais, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre e eventualmente em pequenas cidades do interior. "Acreditamos que a partir destes números, podemos ter uma noção bastante completa do atual estágio desta proposta entre a população Sulista", diz. Este ano a entidade resolveu ampliar o universo pesquisado e mudou todos os pesquisadores. "Desta vez temos uma equipe que não tem nenhuma ligação com o Movimento O Sul é o Meu País, que contratou a pesquisa. No ano passado as equipes pesquisadoras tinham ligação com a entidade e isso de certa maneira colocava em risco a confiabilidade dos números", explica Deucher.

Estas pesquisas fazem parte de uma ação bem mais ampla encabeçada pelo Movimento O Sul é o Meu País e que é denominada de "Projeto de Consultas Populares" com previsão de término em 2015. "Estes números projetam com alto grau de precisão, quais são os índices de aprovação e reprovação do projeto separatista Sulino. Eles certamente servirão para que o Movimento O Sul é o Meu País possa focar seu trabalho de conscientização plebiscitária", diz o professor.

O Movimento O Sul é o Meu País é uma entidade legalmente constituída em 2002, funcionando como uma ONG de defesa do direito de Autodeterminação dos Povos, previsto na Carta de Direitos Humanos da ONU e nos vários documentos oficiais do direito internacional. A entidade está presente, segundo Deucher, em 865 municípios da região Sul e possui hoje representação internacional em mais de 20 países.

 

Municípios pesquisados

 

Ao todo foram pesquisados 48 municípios nos três Estados, sendo 18 no Paraná, 18 no Rio Grande do Sul e 12 em Santa Catarina. Os municípios paranaenses foram: Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava, Paranaguá, Apucarana, Toledo, Araucária, Pinhais, Campo Largo, Arapongas, Almirante Tamandaré e Umuarama. Em Santa Catarina, Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Criciúma, Chapecó, Itajaí, Lages, Jaraguá do Sul, Palhoça, Balneário Camboriú e Brusque. No Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Canoas, Santa Maria, Gravataí, Viamão, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Rio Grande, Alvorada, Passo Fundo, Sapucaia do Sul, Uruguaiana, Cachoeirinha, Santa Cruz do Sul, Bagé e Bento Gonçalves. Os resultados de cada uma destas cidades, estão nos gráficos em anexo.

 

Metodologia da pesquisa

 

Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, Curitiba, Londrina, Joinville e Porto Alegre os pesquisadores entrevistaram 664 eleitores. Já nos municípios abaixo de 500 mil foram ouvidos 384 eleitores. Os pesquisadores fizeram ao todo três perguntas para cada entrevistado. A primeira delas foi em relação a idade, visto que a pesquisa tinha como objetivo entrevistar apenas eleitores. A segunda pergunta referia-se a localização residencial, objetivando consultar apenas pessoas residentes naquele município pesquisado. Estando presentes estas duas condições, os pesquisadores indagavam o eleitor com a seguinte pergunta: "Se o governo federal permitisse um plebiscito para separar a região Sul (PR, SC, RS), você votaria?". Havia apenas três alternativas: a favor, contra, indeciso.

As entrevistas foram feitas através de amostra aleatória simples sobre variáveis categóricas. "Este tipo de amostra aleatória é aquela na qual todos os pesquisados têm a mesma probabilidade de serem selecionados. Ao mesmo tempo, como variável categórica, foram selecionadas as amostras, através das duas perguntas antecedendo a principal, pois precisávamos saber se o cidadão era morador daquele município e se era eleitor", explica Deucher. "Optamos por usar uma metodologia aprovada pela Associação Brasileira de Pesquisa para que ela tenha uma margem de erro o menor possível. Neste caso específico trabalhamos com uma margem de 5%, para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%", afirma. A pesquisa usa também os cálculos amostrais do professor Glauber Eduardo de Oliveira Santos, referência em pesquisas nas universidades brasileiras.

 

O que é o Gesul

 

O Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre) é formado por um grupo de intelectuais dedicados ao estudo do fenômeno separatista na América Portuguesa e em especial do separatismo Sulista. Foi criado no dia 26 de agosto de 2000 em Brusque, SC, e mantém em seu quadro de membros historiadores, filósofos, sociólogos, economistas, constitucionalistas, advogados e outros pesquisadores. Mantém como foco de seus estudos avançados o direito de autodeterminação dos povos na América Portuguesa. Seus membros não necessariamente são da região Sul, pois possuem em seus quadros intelectuais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, entre outros. 

Reúne-se em assembléia geral uma vez por ano, geralmente em setembro e dedicam-se prioritariamente a "avaliar através de pesquisas o processo histórico porque vem passando o povo da região Sul do Brasil em busca de se tornar sujeito do direito de Autodeterminação". "Não se trata de um Movimento Independentista, mas de uma entidade formada por pessoas que usam da sua experiência intelectual objetivando estudar com maior profundidade o fenômeno do separatismo no continente brasílico e em especial do povo Sulista", diz Sérgio Alves de Oliveira, um dos mais destacados membros fundadores da entidade. Segundo ele, um outro objetivo do Gesul é contribuir com estudos e pesquisas de campo com o Movimento O Sul é o Meu País, único Movimento na ativa que defende claramente o direito de autodeterminação do povo Sulista. "Nesta parceria nós do Gesul procuramos aprimorar os instrumentos de luta pacifica que este Movimento vem desenvolvendo", afirma.

 

 

 Resultado da Pesquisa nos municípios

 

 

CURITIBA


Resultados

%

A favor

36,90

Contra

38,55

Indecisos

24,55

Total

100,00





LONDRINA


Resultados

%

A favor

42,62

Contra

35,54

Indecisos

21,84

Total

100,00





ARAUCÁRIA


Resultados

%

A favor

43,23

Contra

34,90

Indecisos

21,88

Total

100,00







PINHAIS


Resultados

%

A favor

38,02

Contra

36,20

Indecisos

25,78

Total

100,00





ARAPONGAS


Resultados

%

A favor

60,94

Contra

25,52

Indecisos

13,54

Total

100,00





ALMIRANTE TAMANDARÉ

Resultados

%

A favor

51,82

Contra

27,86

Indecisos

20,31

Total

100,00







MARINGÁ


Resultados

%

A favor

52,34

Contra

35,94

Indecisos

11,72

Total

100,00







PONTA GROSSA


Resultados

%

A favor

59,38

Contra

24,48

Indecisos

16,15

Total

100,00





UMUARAMA


Resultados

%

A favor

50,52

Contra

30,47

Indecisos

19,01

Total

100,00



CAMPO LARGO


Resultados

%

A favor

44,01

Contra

33,85

Indecisos

22,14

Total

100,00







CASCAVEL


Resultados

%

A favor

56,77

Contra

31,77

Indecisos

11,46

Total

100,00







SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

Resultados

%

A favor

35,94

Contra

36,98

Indecisos

27,08

Total

100,00







FOZ DO IGUAÇU


Resultados

%

A favor

38,02

Contra

38,54

Indecisos

23,44

Total

100,00





COLOMBO


Resultados

%

A favor

42,45

Contra

34,90

Indecisos

22,66

Total

100,00







GUARAPUAVA


Resultados

%

A favor

51,56

Contra

32,81

Indecisos

15,63

Total

100,00





PARANAGUÁ


Resultados

%

A favor

48,18

Contra

35,94

Indecisos

15,89

Total

100,00





APUCARANA


Resultados

%

A favor

50,78

Contra

30,21

Indecisos

19,01

Total

100,00





TOLEDO


Resultados

%

A favor

50,26

Contra

33,07

Indecisos

16,67

Total

100,00





JOINVILLE


Resultados

%

A favor

51,36

Contra

31,63

Indecisos

17,02

Total

100,00





FLORIANÓPOLIS


Resultados

%

A favor

38,28

Contra

35,42

Indecisos

26,30

Total

100,00





BLUMENAU


Resultados

%

A favor

58,33

Contra

31,51

Indecisos

10,16

Total

100,00





SÃO JOSÉ


Resultados

%

A favor

42,19

Contra

35,42

Indecisos

22,40

Total

100,00







CRICIUMA


Resultados

%

A favor

60,16

Contra

27,08

Indecisos

12,76

Total

100,00





CHAPECÓ


Resultados

%

A favor

64,58

Contra

25,52

Indecisos

9,90

Total

100,00







ITAJAÍ


Resultados

%

A favor

61,46

Contra

31,25

Indecisos

7,29

Total

100,00







LAGES


Resultados

%

A favor

65,63

Contra

25,52

Indecisos

8,85

Total

100,00







JARAGUÁ DO SUL

Resultados

%

A favor

52,34

Contra

29,69

Indecisos

17,97

Total

100,00







PALHOÇA


Resultados

%

A favor

37,76

Contra

38,54

Indecisos

23,70

Total

100,00





BALNEARIO CAMBORIÚ

Resultados

%

A favor

56,25

Contra

27,08

Indecisos

16,67

Total

100,00







BRUSQUE


Resultados

%

A favor

63,80

Contra

23,96

Indecisos

12,24

Total

100,00







PORTO ALEGRE


Resultados

%

A favor

54,97

Contra

30,27

Indecisos

14,76

Total

100,00







CAXIAS DO SUL


Resultados

%

A favor

62,76

Contra

25,52

Indecisos

11,72

Total

100,00







PELOTAS


Resultados

%

A favor

64,06

Contra

23,70

Indecisos

12,24

Total

100,00







CANOAS


Resultados

%

A favor

56,77

Contra

24,48

Indecisos

18,75

Total

100,00







SANTA MARIA


Resultados

%

A favor

66,41

Contra

25,52

Indecisos

8,07

Total

100,00







GRAVATAÍ


Resultados

%

A favor

54,43

Contra

23,44

Indecisos

22,14

Total

100,00







VIAMÃO


Resultados

%

A favor

57,03

Contra

25,00

Indecisos

17,97

Total

100,00







NOVO HAMBURGO

Resultados

%

A favor

66,15

Contra

25,52

Indecisos

8,33

Total

100,00







SÃO LEOPOLDO


Resultados

%

A favor

64,32

Contra

23,70

Indecisos

11,98

Total

100,00







RIO GRANDE


Resultados

%

A favor

68,23

Contra

19,27

Indecisos

12,50

Total

100,00







ALVORADA


Resultados

%

A favor

52,86

Contra

34,90

Indecisos

12,24