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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Funcionário do PT na Câmara lidera protesto contra Yoani em horário de expediente


Entre os manifestantes que provocaram tumulto na visita da blogueira Yoani Sánchez na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, estava um servidor da Casa. Rodrigo Grassi Cademartori, conhecido entre militantes como Rodrigo Pilha, é secretário parlamentar no gabinete da deputada federal Érika Kokay (PT-DF) e estava em horário de trabalho. Enquanto parlamentares da oposição tentavam iniciar a sessão informal em que Yoani seria ouvida, Rodrigo, com o crachá de servidor escondido por debaixo da camiseta, gritou por diversas vezes, do fundo do plenário, para os parlamentares que comandavam a sessão. "Deixa os movimentos sociais entrarem!", disse, repetidas vezes, aos gritos, acompanhado por outros dois manifestante. Do lado de fora, outros oito tentavam entrar na sala, mas eram impedidos por seguranças. O protesto contra Yoani não foi o único do petista Rodrigo no dia. Depois de deixar a sala, ele cruzou por acaso com o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) em um dos corredores da Casa. Imediatamente, pegou o celular e começou a gravar, em vídeo, uma entrevista improvisada com o deputado tucano, como se fosse jornalista. Rodrigo começou a fazer perguntas sobre o mensalão mineiro, esquema de financiamento irregular da campanha da reeleição de Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998. Inicialmente, Azeredo reagiu com tranquilidade à abordagem, constrangido, mas sorrindo.  O servidor-manifestante perguntava o que o deputado achava da demora para o julgamento do mensalão mineiro. Depois, passou a insistir em saber se Azeredo "admitia que era o responsável pela criação do mensalão". Depois de três perguntas idênticas, Azeredo se irritou, agarrou o braço de Rodrigo e tomou o celular de suas mãos. "Você está me agredindo, você está me agredindo", repetiu Azeredo, chamando na sequência os seguranças da Casa e devolvendo o celular para Rodrigo. Abordado, o petista não quis falar seu nome. "Você quer saber quem eu sou ou o que aconteceu?", perguntou. Depois, se apresentou como Rodrigo Pilha. Posteriormente, jornalista do jornal Folha de S. Paulo apurrara tratar-se do servidor lotado no gabinete de Érica Kokay, com salário de R$ 3.540,00. Rodrigo foi um dos líderes, em 2007, do movimento "Fora Arruda", responsável pela ocupação da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em protesto contra o ex-governador José Roberto Arruda.

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