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domingo, 4 de novembro de 2012

Balanço melancólico de uma missão sem sentido ao paraíso tropical do atraso, Cuba.

  Por Políbio Braga

- Somente lembranças infanto-juvenis sobre a revolução cubana e a indisfarçável opção pelo modelo ditatorial imposto aos cubanos pela dinastia comunista castrista, podem justificar a insistência do governador Tarso Genro por meter uma missão de 60 membros na aventura de viajar a Havana para fazer negócios impossíveis. 

Neste domingo, enquanto os sub-representantes do governo estadual e alguns empresários gaúchos do segundo time permanecem em Cuba para participar da melancólica Feira Internacional de Havana, Tarso Genro pegou o avião mais próximo e resolveu refugiar-se em Paris, onde permanecerá até o dia 9, pelo menos, cumprindo um programa que nem mesmo o Palácio Piratini consegue descrever. Os jornalistas que o acompanharam a Cuba, não foram convidados a acompanhá-lo na programação de Paris. Aliás, os jornalistas que foram a Havana pouco falaram sobre a total falta de liberdade em Cuba, sequer sobre os dissidentes e os prisioneiros políticos. 

. Cuba é o 30º parceiro comercial do RS – algo como nada. No ano passado, o comércio bilateral envolveu US$ 180 milhões, algo como três dias da arrecadação estadual do ICMS. A economia cubana é toda estatizada: nada se compra e nem se vende sem a intervenção estatal. As famílias só compram artigos de primeira necessidade com libreta. Há fila até para comprar sorvete. 

. As pessoas não possuem renda em Cuba.

. Apesar disto, o balanço da viagem reúne duas notícias que precisarão de muita coisa para se materializarem:

1) Após um período de negociações, as minúsculas indústrias de produtos e máquinas agrícolas  Agrale e  Lavrale ,  representadas por Alexandre Luis Pedó , assinaram uma carta de intenções com o governo cubano para a instalação de uma fábrica de produtos agrícolas e tratores. As perspectivas da empresa, que tem sede em Caxias do Sul , no país caribenho são positivas.

2) Os acordos assinados na sexta-feira para transferência de tecnologia na agricultura, na cultura e na economia solidária, representam uma mistura que ninguém do governo conseguiu explicar, porque não existe atividade privada em Cuba. 
Um dos acordos firmados pelo governo gaúcho é exatamente para transferir experiência na área do microcrédito. O Banco Nacional de Cuba vai emprestar dinheiro para quem quiser abrir pequenos negócios. O grosso da atividade econômica vai continuar nas mãos do Estado, sozinho ou associado a empresas estrangeiras que estão sendo incentivadas a se instalar no país. O secretário de Economia Solidaria, Maurício Dziedricki, integrou a missão para tratar do acordo na área de microcrédito e de outro, no setor de reciclagem de lixo. O RS vai exportar um programa de reciclagem de garrafas pet por cooperativas de catadores e receber em troca informações sobre a reciclagem de papelão, também em sistema cooperativo.

- É tudo muito brega, atrasado, disfuncional e sem sentido – e não tem nada a ver com o ritmo atual da economia brasileira e nem corresponde ao Rio Grande que queremos.

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