Dilma foi a responsável pela expulsão do Paraguai e ingresso da Venezuela no Mercosul, afirma Uruguai.
    O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, afirmou que   seu país era contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul e que ele   só foi aprovado pela intervenção da presidente brasileira, Dilma   Rousseff. Segundo a imprensa uruguaia, não só Almagro como o chanceler brasileiro,   Antonio Patriota, se opuseram na reunião da semana passada em Mendoza   (Argentina) à entrada da Venezuela. O argentino Héctor Timerman teria   defendido a proposta.
      O ingresso da Venezuela no bloco foi possível por causa da suspensão do   Paraguai -que decretou o impeachment de Fernando Lugo na semana   retrasada. "Isso [entrada da Venezuela] foi resolvido em uma reunião   fechada dos   presidentes [Dilma, Cristina Kirchner e José Mujica]. Dilma disse que   precisava falar politicamente com os outros dois, e os chanceleres   saíram da sala. Dessa reunião saiu a decisão", disse o ministro. "A   iniciativa foi mais brasileira, a posição do Brasil foi decisiva   nessa história", afirmou Almagro, que disse não saber o que foi   negociado. 
      Patriota disse, via assessoria, que o governo brasileiro foi favorável à   entrada da Venezuela durante todo o debate em Mendoza. Ele ressaltou   que o Brasil apenas acatou uma ponderação do Uruguai,   expressa na reunião de chanceleres: a de que a decisão do ingresso   precisava de um respaldo jurídico sólido, como forma de evitar   questionamentos futuros. Por isso a decisão de Dilma de convocar o   advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, para a cúpula. 
      Segundo Patriota, as posições defendidas por chanceleres (na véspera da   cúpula) e pelos presidentes(na última sexta) foram consensuais, sem   votação. De acordo com ele, nenhum dos países, nem o Uruguai, apresentou   questionamentos à entrada do novo sócio permanente. O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco   Aurélio Garcia, disse que não houve pressão do governo. "Isso não   corresponde ao estilo da política externa brasileira e menos ainda da   presidente Dilma." 
      O Planalto avaliza a versão de Patriota e diz que as declarações do   chanceler uruguaio miravam o "público interno" -ou seja, o Congresso e   os setores empresariais do país que não veem a Venezuela de Chávez com   bons olhos. O chanceler uruguaio havia manifestado publicamente antes do encontro   ser contra o ingresso da Venezuela enquanto o Paraguai estiver suspenso   do bloco -até a eleição presidencial em 2013.(Folha de São Paulo)
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