Usando a máquina da prefeitura e sobrenome a seu favor, filha de Tarso Genro quer burlar a lei e ser vereadora.
A ex-deputada federal gaúcha Luciana Genro, uma das fundadoras do PSOL, vai precisar mostrar à Justiça Eleitoral que tem distanciamento político do pai, o governador Tarso Genro (PT), para poder concorrer nas eleições de outubro. Luciana não se elegeu para o Congresso há dois anos em razão do baixo quociente eleitoral de sua sigla. Agora pretende tentar uma cadeira na Câmara Municipal de Porto Alegre. A Constituição Federal, porém, impede que parentes em até segundo grau de prefeitos, governadores e do presidente concorram no território deles se não estiverem disputando reeleição.
O PSOL-RS já foi até foi recebido pelo ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Gilson Dipp para discutir o caso. O partido argumenta que Luciana, 41, tinha uma longa vida pública antes da posse do pai no governo gaúcho e que o caso dela se assemelha a uma reeleição. Em 2010, ela teve 130 mil votos no Rio Grande do Sul. "Seria uma cassação dos meus direitos políticos não poder concorrer depois de ter 16 anos de mandato", diz a ex-deputada. Eleita pela primeira vez em 1994 à Assembleia gaúcha, ela foi expulsa do PT em 2003, já como congressista.
Luciana diz que a finalidade da norma é evitar que um candidato "explore o prestígio" de um governante, o que não seria o seu caso. A ex-deputada decidiu registrar sua candidatura, que deve ser impugnada. O Tribunal Regional Eleitoral, então, decidirá sobre a regularidade da inscrição. Se for barrada, pode apelar ao TSE, mas corre o risco de ter sua situação julgada somente após a votação, o que prejudicaria outros candidatos da sigla. O partido também fez uma consulta à corte sobre a circunstância, mas ainda não obteve resposta. "Estamos pleiteando apenas que seja considerado esse histórico da biografia, de uma carreira que já existe e se consolidou independente do pai", diz o presidente do PSOL gaúcho, Pedro Ruas.(Folha Poder)
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