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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Desabafo de um cidadão indignado


Leia abaixo o desabafo de um cidadão indignado com a situação brasileira e que, segundo ele, se cansou de ficar calado. Yvan Ayres é advogado em MT e acha que é chegada a hora de nós, cidadãos, reagirmos, para pelo menos, tentar deixar algo de melhor aos nossos filhos.

O que queremos?

"Pão e circo. Educação não. Educação é prejudicial. Educar o povo é abrir seus olhos para a podridão que já causa vômitos nos que a compreendem, mas é minoria. Uma minoria esmagada por um exército de iletrados que continuam sorrindo com um pão sujo na mão, um circo armado e nenhuma visão". (Christian Gurtner).

No Império Romano, uma das formas de desviar a atenção da população dos problemas causados pelo Estado, era a política do pão e circo (panis et circenses).

Num país novo como o Brasil, farto em recursos naturais e climáticos, mas duramente vilipendiado por políticos e administradores inescrupulosos e corruptos, principalmente por aqueles que passaram anos na oposição pregando a ética e a honestidade, pousando de paladinos da moralidade e, quando chegaram ao poder, em vez de colocar em prática os seus princípios, preferiram o fisiologismo, a destruição da educação e cultura, a alienação do povo, em nome da pseudo erradicação da pobreza com programas assistencialistas baratos, que mais beneficiaram políticos e seus familiares desonestos do que a população pobre e principalmente miserável.

Na vida, só não é possível remediar atitudes e fatos extremos e derradeiros, mas contra o fisiologismo e a corrupção sim. A famigerada corrupção, oriunda desde o descobrimento do país, e institucionalizada nos últimos anos de forma agressiva, praticamente uma metástase, em todos os poderes Executivo, Legislativo e mais lamentavelmente no Judiciário, que abandonaram os seus papéis constitucionais, pois atualmente são plenamente dependentes e harmônicos entre si na preservação e impunidade da corrupção disseminada. Ressalte-se, que bravamente, ainda existe uma minoria disposta a combatê-la e que alimenta a esperança de pelo menos incomodar e desonrar os corruptos.

A desesperança no combate da corrupção, principalmente com a conivência do Poder Judiciário e a omissão da imprensa, preocupada exclusivamente com verbas de publicidade, no lucro, divorciando-se do seu papel maior, de divulgar e informar livremente e sem censura os fatos, transformou a grande maioria da população brasileira em partícipes na tolerância da corrupção, deixando-se destruir pela falta de elementos essências a sobrevivência como a alimentação, saúde, educação, segurança, cultura…

É preciso dar um basta! Já passou o tempo. Essas transformações não virão de cima para baixo. Os corruptos em todas as escalas, não querem a mudança. Portanto, terá que partir de baixo para cima.

Outrora, lamentavelmente, não nos importávamos com esses problemas e suas conseqüências porque eram periféricos, mas agora estão na nossa porta e, com a reincidente omissão não serão resolvidos, mas aumentados e ficarão num futuro muito próximo descontrolados.

A criação dum dispositivo legal, enquadrando a corrupção na categoria dos crimes hediondos, com a sua aplicação eficaz e independente, talvez seja o início da mudança da vontade popular, livre e soberana.

Também não podemos poupar dos agravantes, os agentes públicos e privados que deveriam pelo conhecimento de ofício, em razão do seu grau e profissão, evitá-la e combatê-la.

O que queremos? Ficarmos passivos, perdermos a esperança em nós mesmos e no legado que podemos deixar para a população mais sofrida, nossos filhos e netos ou impávidos começarmos a combater?

A filósofa russo-americana Ayn Rand (fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), já preconizava uma visão vivida: "Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".

É isso que queremos?

Yvan Ayres da Silva – Advogado

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