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domingo, 10 de abril de 2011

Em uma de minhas conversas com a minha Mãe!

Ah...!  Mãe...!

            ___Hoje... Acolhi uma adolescente drogada. Conheci-a tão inteligente, radiante e formosa. Agora a vejo fragmentada, arrastando, com o vício, a beleza que possuia. Verdadeiro farrapo humano, consumida pelo álcool e outras drogas.

            ___Foi duro mãe! Olhar para aqueles olhos, outrora tão brilhantes, agora foscos, amortecidos pela escravidão do vício.  Mãe! A imagem dela... Me causa... Bem... Não sei explicar!...

            ___Mãe! Responda-me se puder! Por que tantos jovens, assim como ela, desprezam a vida, a beleza de viver e caminham para a morte? Morte em vida!  Morte estúpida em plena mocidade...

            ___ Mãe! O que leva tantos jovens a esse mundo alucinado, a essa total alineção de valores tão reais, a essa entrega a sonhos enganosos, a imagens distorcidas?

            ___ Ah! Filho... Dizem dos pais que brigam entre si, dizem dos desajustes familiares, dizem da televisão, dizem das companhias, dizem de tantas coisas... O que mais posso dizer, filho...

            ___Mãe! Vejo tantos jovens crescendo como lírios nos pantanais de nossa sociedade, sem se entregar às mentiras do vício.

            ___Mas... Vejo outros tantos, cercados de conforto e de carinho, dobrarem-se em frente do Crak, do álcool e outras...

___Mãe! Como entender a opção de cada um, as fraquezas e fortalezas pessoais?  Eu... Faço o que posso por estes jovens que consideram a vida um fardo pesado demais para levarem. Sozinho, não posso fazer muita coisa por tantos rapazes e moças que estão no calvário do vício, crucificados e crucificando a seus pais, seus irmãos, seus verdadeiros amigos!

___Mãe! Aquém posso recorrer? 

___ Filho... As autoridades... Aos homens de bem...

            ___Mãe! As autoridades que têm o poder para calar a boca do povo, dos jornalistas, dos blogueiros e dos funcionários públicos, em suas lutas pela liberdade. Não manifestam o desejo de assumir esta luta com a mesma intensidade...

            ___Os homens de bem? Eles já fazem o possível para resgatar aqueles que caíram, sem o auxílio do Poder Público, por que as verbas polpudas já têm destino certo. Nem sempre... Tão certo assim!

            ___Mãe! A senhora sabe...  Eu posso fazer mais...

___ E pra não dizer que nado faço, escrevo sobre o assunto...

___Eu sei filho... Mas cadê os homens que tem o poder de decisão... 

___ Que poder?... Que decisão?... Mãe!!!... Isso aqui é Brasil...

___ Falam muito... Pensam pouco... Não decidem nada...

___Mas eu continuo mamãe... Acolho um aqui... Ajudo outro ali... Sou criticado lá... É assim!... Vou fazendo o que posso...

___Éh...Filho...

Finalizou mamãe, dirigindo seu olhar aos Céus...

 



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                   Mauri Martinelli
             Sociólogo

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