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terça-feira, 15 de março de 2011

FOTOS DO MASSACRE EM ISRAEL

A DISCRIÇÃO DA MORTE E UMA EXCESSÃO NECESSÁRIA
ou PORQUE ISRAEL DECIDIU MOSTRAR AS FOTOS DO MASSACRE EM ITAMAR

Enterro da Família Fogel uniu milhares de Israelenses na manhã desta segunda-feira.

"D'us recolhe as lágrimas dos que choram pelos íntegros que morrem e as guarda em Seu tesouro" (Talmud)

Em julho de 2008 o grupo terrorista Hizbollah entregou os corpos dos soldados israelenses Ehud Goldwasser e Eldad Regev, que foram capturados e mortos em 2006. A Cruz Vermelha informou que os soldados israelenses morreram em decorrência de ferimentos, provavelmente provocados por uma execução. Quando a organização terrorista mostrou para a mídia os dois caixões negros, Israel prometeu libertar cinco prisioneiros capturados na Guerra do Líbano. E foi o que fez, após confirmarem que os corpos eram mesmo dos soldados desaparecidos.

Dois detalhes chamaram a atenção neste episódio. Primeiro, o fato dos soldados israelenses terem sido executados no mesmo dia em que os terroristas os seqüestraram, enquanto outros terroristas, presos pelas Forças de Defesa de Israel, recebiam tratamento humano supervisionado por Organizações JUDAICA de Direitos Humanos!

O segundo detalhe que chamou atenção foi que entre os terroristas libertados em troca dos corpos estavam cinco elementos da mais alta periculosidade para a segurança de Israel: Maher Qorani, Mohammad Srour, Hussein Suleiman, Khodr Zeidan e Samir Kantar. Este último, preso desde 1979, foi condenado pelo assassinato de cinco israelenses e era considerado na época o prisioneiro libanês mais importante. Chamado em Israel de "O Mal em Pessoa", Samir Kantar foi perdoado formalmente pelo então presidente Shimon Peres que afirmou ter tomado uma das decisões mais difíceis da sua vida.

Na oportunidade, o dirigente israelense destacou que aquele gesto não significava de maneira alguma "perdão para os atos de Kantar", mas sim um dia triste para todos os israelenses, pois soltar assassinos não era algo fácil.

Shimon Perez disse então que "Israel tinha a obrigação moral e espiritual de trazer seus soldados de volta para casa".

Mas, por que Israel valoriza tanto o simbolismo de resgatar corpos? E por que chora seus mortos em segredo, enquanto os inimigos transformam cada enterro em feéricas passeatas?

Simplesmente porque Israel não espetaculariza seus mortos. Para o judeu, a morte é algo doído, que deve ser chorada apenas entre os seus. Esta é a razão pela qual os enterros palestinos têm mais visibilidade midiática que os israelenses. E como é mais midiática, o mundo se choca mais com a morte de terroristas palestinos do que de judeus inocentes.

Para entender um pouco mais a reserva que Israel faz em relação aos seus mortos, é preciso conhecer alguns aspectos da sua cultura e aquilo que os judeus chamam de Ciclo da Vida. Este começa com o Nascimento, um momento de alegria, quando acontece o Brit Milá; prossegue rumo a Maturidade, quando os rapazes fazem o Bar Mitzvah e as meninas o Bat Mitzvah e chega o momento em que as crianças tornam-se adultas, assumem responsabilidades e recebem a Bênção dos Pais. Depois disso vem o Casamento, um momento de festa. Vindo os filhos, recomeça o Ciclo. Com a chegada da morte, este Ciclo se fecha e é o momento em que eles sofrem, em família.

Resguardar aqueles que sofrem a perda de um ente querido é tão sagrado no Judaísmo quanto as demais práticas religiosas. Esta é a razão pela qual você jamais verá um enterro judaico transformado em espetáculo público, como fazem os palestinos, conduzindo em êxtase caixões decorados em passeatas públicas.

Jornal de hoje em Israel mostra filha sobrevivente chorando a morte dos pais e dos três irmãos.

Mas, por que no caso de Itamar o Governo Israelense, os ortodoxos e a família Fogel decidiram se expor? Simplesmente para dar um basta! O mundo precisa saber o que silenciosamente vem acontecendo em Israel. Foguetes caem diariamente sobre cidades fronteiriças da Faixa de Gaza e o mundo está calado. Famílias inteiras em suas casas e crianças nas escolas vivem o cruel ritual de terem que correr para abrigos a todo momento e o mundo está calado. Colonos trabalham sob tensão e ao se recolherem em suas casas no final do dia têm que manter vigilância constante, pois não sabem o que pode lhes acontecer quando a noite cai. E o mundo está calado.

Momento em que os corpos da Família Fogel é retirado de sua casa.
Israel decide não mais se calar!

O massacre de Itamar foi o corolário de uma série de barbáries que vem acontecendo há décadas em Israel. A decisão de romper o silêncio mostrando com crueza o que aconteceu à família Fogel não só foi dolorosa quando necessária.

Em 20 de Novembro de 1945, quando começou o julgamento dos Nazistas em Nuremberg, Alemanha, o promotor norte-americano Robert Jackson percebeu que estava diante de uma situação incomum. Entre os 24 principais criminosos de guerra da Segunda Guerra Mundial estavam verdadeiros monstros, mas que eram hábeis manipuladores da oratória, das artes cênicas e das emoções de quem os ouvia. Como o julgamento arrastou-se por longos 261 dias, crápulas como Hermann Göring, surpreendentemente, começavam a granjear simpatizantes entre os membros do júri.

Robert Jackson já havia lido pilhas de depoimentos de sobreviventes dos Campos de Concentração. Os depoimentos eram tão surreais que beirava o impossível. Vendo que não estava a surtir efeito, Jackson trouxe pessoas reais para depor. Homens sem cordas vocais, mulheres esquálidas e crianças brutalmente mutiladas pelas experiências feitas nos laboratórios de Josef Mengele. Mesmo assim os resultados foram pífios.

Foi aí então que Robert Jackson jogou a cartada final: Exibiu no Tribunal um longo vídeo, gravado pelos oficiais norte-americanos assim que entraram nos Campos de Concentração. O impacto das imagens reverter completamente a situação e o julgamento terminou por condenar à morte a maioria dos réus.

Ruth tinha 35 anos, Udi tinha 36, Hadass ia completar 4 meses, Elad estava com 4 anos e Yoav completara 11. Os sobreviventes são: Tamar, de 12; Roí, de 8 e Ishay com apenas 2 anos e meio. Todas as crianças sobreviventes viram os corpos dos pais e dos irmãos massacrados e estão traumatizados.

Muito já foi escrito sobre a forma como os israelenses são aterrorizados pelos seus inimigos. Muito já foi testemunhado por sobreviventes ou parentes das vítimas israelenses. Chegou a hora do basta! Esta é a razão pela qual a Família Fogel, o Gabinete de Benyamin Netanyahu e a Mídia Israelense resolveram mostrar as imagens.

Cabe agora, a cada um de nós, fazer juízo do que está sendo mostrado e não se calar diante dos fatos. Nós não nos calaremos!

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