O senador Aécio Neves (PSDB-MG) declarou que o "plebiscito nasceu morto e o governo sabia disso" nesta quinta-feira (4), em Brasília. "Era uma forma de desviar a atenção da população das questões centrais", afirma o tucano, que provavelmente será um dos adversários da presidente Dilma Rousseff na disputa eleitoral de 2014. "O governo, quando criou a constituinte exclusiva, que durou 24 horas, sabia que ela era inviável. Quando apresentou uma proposta de plebiscito sobre temas tão complexos em um prazo tão curto, sabia que era inviável. Era um engodo", acrescenta.
O senador voltou a defender a realização de um referendo no lugar do plebiscito sugerido pelo Executivo federal, insinuando que a prerrogativa de propor a consulta é do Legislativo: "Nós, congressistas, temos que votar o tema da reforma política. E nós da oposição defendemos que, votada a reforma política, possamos submetê-la a um referendo junto com as eleições do ano que vem."A ideia que ganha mais força entre os aliados do governo é a realização de uma consulta popular sobre a reforma política no segundo turno da disputa eleitoral do próximo ano, com validade para as eleições de 2016. Sob pressão do Congresso, Dilma foi forçada descartar a possibilidade uma votação que valesse já em 2014.
Aécio disse ainda que o PSDB apresentará um conjunto de ideias consensuais no partido em reunião de sua Executiva na próxima terça-feira. "Vamos conversar com outras forças partidárias já na próxima semana e estamos dispostos a construir uma agenda, no Parlamento, para uma reforma política."O senador defendeu o fim do voto secreto exceto na votação de vetos: "Preservar o voto secreto na derrubada de um veto presidencial é preservar o Parlamento das pressões do Poder Executivo". Aécio afirmou que essa posição ainda não foi discutida com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), beneficiado pela existência do voto secreto para escapar da cassação em 2007. Ele será o responsável por pautar a votação da proposta no plenário da Casa. (Folha Poder)
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