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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Com medo, Lula manda segurar nota de apoio aos mensaleiros. Não quer provocar STF e imprensa.

A cúpula do PT está propensa a arquivar o plano de divulgar um manifesto em defesa dos réus do mensalão, mesmo depois de os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fixarem as penas do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-tesoureiro Delúbio Soares.Pragmáticos, dirigentes do PT dizem agora que "a vida continua" e querem transferir o desagravo para a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Além do pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que os petistas segurassem o manifesto, não há consenso na Executiva Nacional do PT - reunida ontem, em São Paulo - sobre a conveniência de empunhar essa bandeira.
"Não temos de trazer uma pauta negativa para nós", afirmou o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR). "Mesmo com todos os ataques que sofremos na campanha eleitoral, somos vencedores." Para o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), o partido não pode enfrentar mais desgaste. "A solidariedade vai ocorrer, independentemente de uma nota ou um manifesto", insistiu Tatto. "O PT tem que se preocupar agora em defender o governo Dilma, aprofundar as reformas, reforçar as alianças e montar o palanque para 2014."

Além de Dirceu, Genoino e Delúbio, condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, foi julgado culpado pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Escrita pelo presidente do PT, Rui Falcão, a primeira versão do manifesto atacava a "politização" do julgamento do mensalão. Sustentava, ainda, que "teses" construídas pelo STF abandonaram a cultura do direito penal como garantidor das liberdades individuais. O texto também apontava pressão da mídia para influenciar no julgamento.


O Estado apurou que Falcão mostrou a versão preliminar a Dirceu, a Genoino e aos líderes das correntes do PT. O plano era divulgar o texto ontem, mas Lula entrou em campo para adiar a empreitada. Na prática, porém, a tendência é arquivar essa estratégia.
(Estadão)


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