Revista Época denuncia que Mercadante obteve seu título de doutor plagiando a si mesmo na Unicamp
CLIQUE AQUI para ler a íntegra da reportagem da revista Época. O autor da matéria é o jornalista Luiz Maklouf Carvalho, o mesmo que apresentou ao País a então menina Lurian, filha ilegítima de Lula. O caso ajudou a derrotar o PT na disputa com Collor.
A revista "Época" desta semana publicou uma reportagem sobre como o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, obteve o título de doutor em ciências econômicas pela Universidade de Campinas (Unicamp). A tese de 537 páginas, defendida em dezembro de 2010, chama-se "As bases do Novo Desenvolvimento no Brasil: análise do governo Lula (2003-2010)" e foi baseada no livro do próprio ministro "Brasil: a construção retomada".
A revista "Época" desta semana publicou uma reportagem sobre como o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, obteve o título de doutor em ciências econômicas pela Universidade de Campinas (Unicamp). A tese de 537 páginas, defendida em dezembro de 2010, chama-se "As bases do Novo Desenvolvimento no Brasil: análise do governo Lula (2003-2010)" e foi baseada no livro do próprio ministro "Brasil: a construção retomada".
. De acordo com a revista, isso contraria o regimento da universidade, que pede trabalhos originais". Para Mercadante, porém, a tese é uma "versão muito mais densa e ousada". Em resposta enviada à revista, a Unicamp não viu problemas no trabalho do petista
A banca era formada pelos professores doutores Delfim Netto, Luiz Carlos Bresser Pereira, Ricardo Abramovay e João Manuel Cardoso de Mello. Delfim desmontou o ponto central da tese do ministro, mas aprovou-o. O que ele disse: ""Ele (Lula) simplesmente aprofundou aquilo que precisa ser aprofundado e que já está dentro da Constituição de 1988. Foi muito bem feito e não vou discutir, porque nunca brigo com os fatos". Mais adiante, o ex-serviçal da ditadura militar e hoje amigo do peito de Lula e de Mercadante, avisou sobre seu amor ao ex-presidente "É porque tenho uma solidariedade tribal com o Lula, absolutamente inexplicável, mas é uma coisa profunda". Delfim Neto poderia ter dito algo parecido quando assinou o Ato Institucional número 5. Os demais membros da banca também questionaram a tese central. O próprio Abramovay perguntou se o primeiro governo Lula significava mesmo uma ruptura em relação ao de Fernando Henrique Cardoso – como a tese afirma.
. O professor Cardoso de Mello foi ainda mais longe nas críticas, conforme a revista:
. Cardoso de Mello questionou na tese: 1) quantos governos Lula existiram: um ou dois?; 2) entre o primeiro e o segundo há descontinuidades fortes?; 3) é lícito fazer uma análise do conjunto sem estabelecer nuances?; 4) onde estão as várias barbaridades cometidas no período do governo? "Porque não se pode, em oito anos, dizer que uma coisa é nova. Na história, oito anos não é nada. Você, que foi aluno desta casa, sabe que (Fernand)Braudel (historiador francês) disse que existem a longa duração, conjunturas que são de 50 anos e acontecimentos." Deu um suspiro e continuou: "Por enquanto, o governo Lula é um acontecimento. Importante, porque, na verdade, há uma ruptura com o governo Fernando Henrique". Outro suspiro, e arrematou, para a gargalhada geral: "Fernando Henrique, que achava que era o Juscelino, mas verificou-se que era o Dutra".
- Ao questionar o que insinua ter Mercadante plagiado a si mesmo, Época pergunta se seria, de algum modo, academicamente aceitável apresentar uma tese baseada num livro já publicado? A obrigatoriedade de dar uma contribuição original está definida, com toda a clareza, no Regimento Geral dos Cursos de Pós-Graduação da Unicamp (Deliberação CONSU-A-008/2008, disponível em http://www.pg.unicamp.br). O Artigo 31, no parágrafo 3, afirma: "Entende-se por tese de doutorado o trabalho supervisionado que resulte em contribuição original em domínio de conhecimento determinado". (...) Tal visão (aceitar o autoplágio) está longe de ser unânime no meio acadêmico. "O que ele (Mercadante) fez foi no mínimo autoplágio", diz José de Oliveira Siqueira, doutor pela Faculdade de Economia e Administração da USP e professor no Instituto de Psicologia da USP. Siqueira tem dois pós-doutorados pelo Courant Institute of Mathematical Sciences da New York University. (...) No dia seguinte à defesa de Mercadante, 18 de dezembro, o economista Alexandre Schwartsman escreveu em seu blog, Mão Visível, que "a defesa de tese de Mercadante foi um escárnio". Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e crítico dos governos petistas, é formado em administração (FGV) e em economia (USP), com doutorado em economia pela Universidade da Califórnia em Berkeley. "Se ele conseguiu o título de doutor em economia 'defendendo' uma tese que consiste numa inédita homenagem à sabujice, para que vale o título mesmo?", perguntou. "Basta colocar no papel uns tantos elogios ao governante de plantão, juntar meia dúzia de compadres dispostos a participar da farsa, achar um departamento que se sujeite a este tipo de coisa e, parabéns, você é o mais novo doutor em economia do Brasil, sem ter feito qualquer, minúscula, mísera migalha de contribuição para o desenvolvimento da ciência. De quebra, desmoralizou um título que muita gente boa teve de trabalhar duro para conquistar. Talvez dê para descer um pouco mais, mas, sinceramente, vão ter de se esforçar." A Unicamp e Mercadante não responderam à provocação de Schwartsman. A banca também não.
- Ao questionar o que insinua ter Mercadante plagiado a si mesmo, Época pergunta se seria, de algum modo, academicamente aceitável apresentar uma tese baseada num livro já publicado? A obrigatoriedade de dar uma contribuição original está definida, com toda a clareza, no Regimento Geral dos Cursos de Pós-Graduação da Unicamp (Deliberação CONSU-A-008/2008, disponível em http://www.pg.unicamp.br). O Artigo 31, no parágrafo 3, afirma: "Entende-se por tese de doutorado o trabalho supervisionado que resulte em contribuição original em domínio de conhecimento determinado". (...) Tal visão (aceitar o autoplágio) está longe de ser unânime no meio acadêmico. "O que ele (Mercadante) fez foi no mínimo autoplágio", diz José de Oliveira Siqueira, doutor pela Faculdade de Economia e Administração da USP e professor no Instituto de Psicologia da USP. Siqueira tem dois pós-doutorados pelo Courant Institute of Mathematical Sciences da New York University. (...) No dia seguinte à defesa de Mercadante, 18 de dezembro, o economista Alexandre Schwartsman escreveu em seu blog, Mão Visível, que "a defesa de tese de Mercadante foi um escárnio". Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e crítico dos governos petistas, é formado em administração (FGV) e em economia (USP), com doutorado em economia pela Universidade da Califórnia em Berkeley. "Se ele conseguiu o título de doutor em economia 'defendendo' uma tese que consiste numa inédita homenagem à sabujice, para que vale o título mesmo?", perguntou. "Basta colocar no papel uns tantos elogios ao governante de plantão, juntar meia dúzia de compadres dispostos a participar da farsa, achar um departamento que se sujeite a este tipo de coisa e, parabéns, você é o mais novo doutor em economia do Brasil, sem ter feito qualquer, minúscula, mísera migalha de contribuição para o desenvolvimento da ciência. De quebra, desmoralizou um título que muita gente boa teve de trabalhar duro para conquistar. Talvez dê para descer um pouco mais, mas, sinceramente, vão ter de se esforçar." A Unicamp e Mercadante não responderam à provocação de Schwartsman. A banca também não.
- No dia 20 de julho de 2011, Mercadante, já doutor e ministro da Ciência e Tecnologia, empossou o orientador de sua tese, Mariano Laplane, na presidência do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), um órgão do ministério.
CLIQUE AQUI para ver o programa do PT, 1989, no qual Lula apresenta a sua filha Lurian, que teve fora do casamento. Até ali ele não tinha admitido a paternidade. A mãe de Lurian, na época, denunciou que Lula quis que ela abortasse.
CLIQUE AQUI para ver o programa do PT, 1989, no qual Lula apresenta a sua filha Lurian, que teve fora do casamento. Até ali ele não tinha admitido a paternidade. A mãe de Lurian, na época, denunciou que Lula quis que ela abortasse.
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