Presidente Dilma, a senhora não tem vergonha?
 Sim  "Presidente"! Uso esta palavra porque estudei em ótimas escolas públicas, que já  não existem mais, e nelas, como todos aprendíamos, independentemente do sexo de  quem o exercia, essa é a palavra certa para esse cargo, apesar da senhora ter  tentado, no início de seu governo, por mero capricho, ser chamada de  Presidenta.
 Os puxa-sacos  de plantão - apesar de saberem que a palavra presidente é um substantivo de dois  gêneros, válida tanto para o masculino quanto para o feminino - até tentaram  ajudá-la a mudar a nossa língua, mas não conseguiram, pelo menos não na prática,  pois, por coerência, teríamos que começar a chamar uma pedinte de pedinta e  assim por diante. Mas os novos "doutores", Presidente, estão saindo das centenas  de universidades particulares sem sequer saberem conjugar corretamente os verbos  empregados no seu teste para o primeiro emprego.
 Nunca votei e  jamais votarei em alguém do seu partido político e menos ainda em uma pessoa com  o seu passado, pois as ideias defendidas por seus "companheiros" já foram  desmoralizadas em todo o mundo, inclusive pelo ditador e assassino Fidel Castro,  de Cuba, onde a senhora esteve agora. As ditaduras de esquerda só destruíram  países e populações, com a ideia utópica de estatização geral e de que o Estado  supriria a todos igualitariamente.
 Mas este não é  o tema central que pretendo abordar aqui. O meu questionamento refere-se ao fato  amplamente noticiado de que em sua viagem a Cuba, o Brasil emprestou dinheiro  àquele país.
 Em sua volta  não deve ter sentido nenhum problema de aterrissagem com seu avião, pois como  Presidente teve o espaço aéreo temporariamente bloqueado para que o fizesse sem  demora ou riscos. Mas não foi o que ocorreu com os outros brasileiros que  naquele momento estavam voando com o mesmo destino e que por incapacidade do  aeroporto já estavam circulando sobre a cidade esperando sua vez de  aterrissar.
 Já em nosso  solo, mudou de aeronave e, de helicóptero, dirigiu-se tranquilamente à sua  residência oficial, pois, caso contrário, teria sentido na pele o que é  transitar pelas ruas e estradas brasileiras, todas esburacadas ou repletas de  remendos de péssima qualidade, pois a diferença de dinheiro entre o bom e o mau  produto teve de ser repassada aos corruptos de seu governo.
 No período  noturno, quando todos deveriam descansar, teria passado defronte a um posto de  atendimento ou a um hospital conveniado do SUS, e visto filas enormes, com mães  segurando filhos doentes no colo, esperando o dia amanhecer para, se tiverem  muita sorte, conseguirem pegar senhas para serem atendidas naquele dia. Saberia,  pela imprensa, que alguns morreram nessas filas, sem sequer chegarem a ser  atendidos.
 Determine,  senhora Presidente, que lhe seja reservado, em rede nacional, um horário nobre  da televisão brasileira, para que explique aos brasileiros que pessoas  diagnosticadas com doenças graves esperam meses na fila para serem operadas  porque o país não possui recursos suficientes para suprir sua população com o  atendimento médico necessário, mas pode oferecer dinheiro emprestado ao Mercado  Comum Europeu para sanar suas dívidas e emprestar dinheiro para  Cuba.
 Explique aos  brasileiros, Presidente Dilma, porque todos os anos brasileiros morrem  soterrados nas encostas dos morros em diversos estados, porque o governo não  possui dinheiro suficiente para lhes financiar, com juros subsidiados, moradias  dignas, construídas em locais seguros.
 Que a educação  brasileira é de péssimo nível porque o país não possui verbas suficientes para  preparar melhor os professores e lhes pagar salários dignos, de quem tem a  responsabilidade de ensinar aos que serão o futuro do país, mas pode construir  uma embaixada brasileira em Tuvalu e perdoar dívidas de países africanos em  troca de votos para conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da  ONU como queria seu antecessor.
 Explique  coisas simples assim à população brasileira, Presidente Dilma, ou a senhora tem  vergonha?
 João  Bosco Leal*       www.joaoboscoleal.com.br
  *Jornalista,  reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural e  palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários
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