O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou ontem a segunda fase do tratamento contra um câncer na laringe utilizando uma técnica de última geração chamada Intensity Modulated Radiation Therapy (IMRT) em inglês. As sessões de radioterapia, que serão num total de 30 e se estenderão por seis semanas, estão utilizando um equipamento sofisticado que permite aos médicos modular a radiação, preservando mais o paciente de efeitos colaterais, muitas vezes permanentes, como a falta de saliva.
Do tipo carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço, o câncer de Lula foi diagnosticado em outubro do ano passado. O ex-presidente já passou por três sessões severas de quimioterapia e agora vai combinar uma quimio mais suave à radioterapia para potencializar o efeito da radiação. Ontem, ele deu entrada ainda pela manhã no Hospital Sírio-Libanês e deixou o local no fim da tarde.
Embora o tumor esteja localizado sobre a glote, Lula recebe radiação da base do crânio até o final do pescoço, para minimizar os riscos de novos tumores. O tratamento poderia ser feito por três técnicas de radioterapia: a convencional, a tridimensional e a IMRT. A vantagem da IMRT é permitir ao médico "esculpir" os níveis de radiação, preservando as estruturas normais, não afetadas pelo câncer, como a medula, as glândulas salivares e a parótida, explicou Maria Aparecida Conte, diretora do Departamento de Radioterapia do Hospital AC Camargo, referência em oncologia no sistema público.
- Essa técnica ajuda a evitar a xerostomia, a boca seca, que pode ser um efeito permanente nos pacientes que se tratam contra o câncer de cabeça e pescoço. Infelizmente, não é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou coberta pelos planos de saúde - afirmou a médica. O tratamento por IMRT custa entre R$15 mil e R$20 mil e está disponível em hospitais da rede privada.
Coronel
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