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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Marcha Contra a Corrupção é, sim, um sucesso! E se faz enfrentando a sabotagem dos que se venderam ao petismo

DE OLHOS BEM ABERTOS - Milhares que participaram da Marcha Contra a
Corrrupção protestam em frente ao Palácio da Justiça, em Brasília
(Foto: Gustavo Miranda/O Globo)
Em Brasília, estima-se em 20 mil (ver post anterior) os que marcharam
contra a corrupção; em São Paulo, 2,5 mil. Havia protestos marcados em
outras cidades. Não há um balanço geral. De todo modo, à diferença do
que diz a canalha oficialista, é bastante gente, sim! Até porque,
sabemos, os ditos "movimentos sociais" e as organizações de caráter
sindical, inclusive a UNE, não só estão fora do movimento como o
sabotam. "O diferencial é que este é um movimento do povo, sem
vinculações com sindicatos ou partidos. A UNE nem nos procurou porque
está comprada pelo PT", afirmou ao jornal O Globo a organizadora do
evento em Brasília, Daniela Kalil, de 32 anos, corretora de imóveis.
Na mosca! Como afirmei no dia 8 de setembro, a UNE e os ditos
movimentos sociais não comparecem porque estão contando dinheiro. E
dinheiro oficial, que sai do bolso dos brasileiros, as vítimas dos
corruptos. A lógica cristalina indica, pois, que aquela gente que já
foi chamada, um dia, "sociedade civil" é, hoje, sócia da corrupção. O PT privatizou quase todas as organizações da dita sociedade civil;
tornaram-se aparelhos do partido, meros porta-vozes do oficialismo.
Isso responde, como sabem, àquela questão já tornada clássica de Juan
Arias, correspondente do jornal El País no Brasil: "Por que os
brasileiros não se indignam?" Eles se indignam, sim. Ocorre que a
"massa na rua" nunca é um fenômeno que se dá por geração espontânea;
sempre há os profissionais da organização, que são os líderes de
sindicatos e movimentos sociais. Como essa gente toda está no bolso do
PT - e com os respectivos bolsos cheios -, então se tem essa impressão
de pasmaceira. É por isso que afirmo que os 20 mil de Brasília - ou mesmo os 2,5 mil
de São Paulo - são uma medida de sucesso do movimento. De fato, como
fica a cada dia mais evidente, estamos falando de cidadãos
não-engajados no melhor sentido que a expressão pode ter: NÃO ESTÃO NA
RUA A SERVIÇO DE NINGUÉM, A NÃO SER DA PRÓPRIA INDIGNAÇÃO. Se querem
saber, intimamente, os petralhas temem mais uma reação como essa do
que um eventual movimento organizado da oposição. Nesse caso, eles
catalogariam facilmente o protesto: "É coisa de tucano; é coisa de
democratas". Bem, o que se vê nas ruas é coisa de quem está com o saco
cheio da corrupção oficial e do modo como se faz política - é bem
possível que os que protestam não morram de amores nem pela oposição,
o que seria absolutamente compreensível. Os petralhas gostam de ironizar os indignados, de submetê-los ao
ridículo, porque temem que esse sentimento difuso em defesa da ética,
da moralidade e da decência se espalhe. Fica mais difícil combater o
que eu chamaria de uma "pauta imaterial", que tem a ver com valores -
a oposição jamais conseguiu trabalhar esse elemento da política;
atém-se a uma crítica puramente administrativista do governo,
sugerindo que fará mais e melhor quando chegar ao poder… É por isso
que não faz verão e que acaba comida pelo PT e seus aparelhos… Os que têm coragem de ir para as ruas não devem desanimar. Ignorem
todas as críticas que sustentarem que o movimento é tímido demais, que
não vai dar em nada; ignorem todos os conselhos para que vocês se
subordinem a grupos, a partidos ou o que seja. Sua força está
justamente em não dever nada a ninguém. Caso alguém lhes pergunte algo
assim: "Mas, afinal, o que é que vocês querem?", não tenham receio de
dizer: "Queremos decência!" É um bom motivo para tomar as ruas. Por Reinaldo Azevedo

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